Prefeito de Dourados declarou voto no governador e em candidatos da coligação dele, adversária ao grupo no qual está inserido o PDT

Presidente regional do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira suspeita que o apoio declarado do prefeito de Dourados, segunda maior cidade do Estado, Ari Artuzi (PDT), ao governador André Puccinelli (PMDB) seja “apenas jogo” para evitar complicações com o governo. No fim de semana, Artuzi reuniu servidores públicos no Clube Harmonia para anunciar voto em Puccinelli e em candidatos da coligação adversária.

Dagoberto explica que ainda não conversou com Artuzi, portanto, não planeja qualquer atitude sobre o caso por enquanto. Ele deve procurar o prefeito de Dourados ainda nesta semana.

“Primeiro vou falar com ele e ver se tem alguma justificativa para tal decisão. Eu acho que ele pode estar fazendo o que muitos prefeitos estão fazendo para não criar complicações com o governo. Se não o André não dá nada para a cidade. Tem muito prefeito que declarou apoio ao governador, mas não está pedindo votos para ele”, afirma o deputado federal que concorre ao Senado na chapa de Zeca do PT.

O prefeito de Dourados não só declarou apoio a Puccinelli e candidatos da coligação do governador como mandou “gravar e filmar” para que não houvesse dúvida sobre sua escolha para as eleições deste ano.

Artuzi disse que vota em Ary Rigo (PSDB) para deputado estadual, Waldemir Moka (PMDB) para senador e André Puccinelli (PMDB) para o Governo do Estado, todos da coligação “Amor, Trabalho e Fé” encabeçada pelo atual governador.

O prefeito não revelou para que deputado federal vai seu voto e muitos menos quem vai ser seu segundo candidato a senador mesmo estando, no evento, ao lado do vice-governador Murilo Zauith (DEM) que disputa o cargo na chapa de Puccinelli.

Depois da declaração de voto, Artuzi percorreu as principais ruas do município ao lado de Puccinelli que passou o sábado fazendo campanha na cidade.

Dagoberto avalia que Puccinelli não fez um governo municipalista e por isso vive dificuldades para angariar apoio de prefeitos do interior do Estado. “Ele não ajudou os prefeitos, mas muitos falam que estão com ele, se não, as portas fecham de vez”, diz o deputado federal.

Se quiser, o PDT tem mecanismos para punir filiados infiéis. Pelas regras, quem contraria as decisões da sigla pode até ser expulso da legenda, mas o presidente regional do partido mantém a posição de não antecipar possíveis penalidades ao prefeito de Dourados. “Antes eu quero ouvi-lo”, disse.

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