Há um marcador no Jornal Midiamax sobre notícias que citam “briga de trânsito” em Mato Grosso do Sul. A maioria dos fatos resulta de discussões, xingamentos, gestos obscenos e até agressões ou tentativa de homicídio. Considerado um mau comportamento entre os condutores, geralmente, envolvem homens jovens com pouca experiência e baixa escolaridade.
Diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS (Departamento de Trânsito de MS), Andrea Moringo pontua que comportamentos comuns de condutores agressivos incluem manobras perigosas, como fechadas bruscas, excesso de velocidade, desrespeito às sinalizações, uso constante da buzina inadequadamente e, sim, xingamentos ou gestos obscenos direcionados a outros motoristas.
Aliás, podemos sinalizar um comportamento agressivo quando:
- Sentimos uma irritação excessiva ou raiva ao menor imprevisto no trânsito.
- Temos impulsos de retaliar ações de outros condutores.
- Reagimos de forma desproporcional a situações cotidianas, como um engarrafamento ou um erro de outro motorista.
Evitar confronto
“É importante reconhecer que o perfil de risco dos condutores agressivos, principalmente entre os usuários de motocicletas, é em grande maioria composto por homens jovens, com menor experiência e baixa escolaridade. Características de personalidade como impulsividade, excitabilidade, agressividade, hostilidade e ansiedade são frequentemente observadas”.
Sendo assim, diversos fatores contribuem para a manifestação desses comportamentos, que se evidenciam no espaço coletivo do trânsito. Segundo a OMS, 93% da população brasileira sofre de ansiedade, e menos da metade busca ajuda.
Consequentemente, gera muitos riscos psicossociais, aumentando diversas formas de violência, incluindo a violência no trânsito. Além disso, a sobrecarga no ambiente de trabalho, o estresse e outras situações pessoais interferem diretamente na capacidade de conduzir e conviver em harmonia.
Consciência
Moringo frisa que a postura defensiva é um elemento indispensável para evitar confrontos e para a segurança entre todos no trânsito, seja motociclistas, pedestres, ciclistas ou caminhoneiros. Ou seja, é possível ter reações seguras a fim de evitar um sinistro na via, como:
- A gestão da velocidade, que deve ser compatível com a via e as demais condições adversas (chuva, neblina, tráfego intenso).
- A manutenção de uma distância segura do veículo à frente.
- O não uso do celular ao dirigir, pilotar ou até mesmo ao atravessar as ruas.
“Ao notar o comportamento agressivo por parte de outro condutor na via, a recomendação principal é manter-se afastado e evitar conflitos desnecessários que possam escalar para algo pior. Como já tivemos exemplos desagradáveis e até mesmo trágicos, não vale a pena revidar ou entrar em discussões. Sua segurança deve ser a prioridade”.
Estresse na direção
Durante o processo de obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), os instrutores ministram aulas teóricas e práticas com disciplinas voltadas ao convívio social no trânsito, sempre visando à boa conduta.
Contudo, alguns comportamentos já estão enraizados no indivíduo, e mesmo com uma carga horária de 45 horas de teoria e 20 horas de prática de direção, elas podem não ser suficientes para garantir um comportamento humanizado no trânsito. Saber ser e conviver é um exercício diário de cidadania.
“O Detran-MS é referência nacional em educação para o trânsito em todos os públicos. A instituição se destaca por realizar um trabalho integrado e comprometido em levar atividades e vivências com simulações de situações reais para conscientizar a população em geral sobre a importância de boas práticas de convivência, respeito e harmonia no trânsito. Essas ações estão alinhadas ao PNATRANS (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito)”, conclui.
Briga de trânsito quase termina em morte
Em março deste ano, um policial civil atirou contra a perna de um motoentregador após uma discussão de trânsito no cruzamento das ruas Ricky Nelson com a Rua Maria das Dores Soares, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.
A colisão aconteceu quando o motociclista e o policial seguiam no mesmo sentido da via, mas, por causas desconhecidas, o motociclista acabou colidindo contra a viatura descaracterizada.
Outro caso que ganhou repercussão aconteceu em 2023, na Avenida Nelly Martins, quando um motorista de uma caminhonete Hilux persegue e atropela o motociclista, que foi socorrido em estado grave e levado para a Santa Casa.
O motorista fugiu do local sem prestar socorro, mas a polícia o localizou e o indiciou pelo crime. Testemunha que presenciou o acidente contou à polícia que os dois envolvidos discutiram durante trecho da avenida. Durante a briga, eles cruzavam entre as pistas e um tentava atingir o veículo do outro.
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