O quebra-molas da Avenida José Barbosa Nogueira, no Residencial Buzios, em Campo Grande, onde o motociclista Lennon Caporlinga Bartollo morreu aos 43 anos após “rampar”, teria sido instalado após acidente que matou pai e filho ciclistas, em 2012. A intenção era reduzir a velocidade, mas 12 anos depois, é palco de acidentes. Na mesma avenida, mas em trecho diferente, outro motociclista chegou a sofrer acidente ao ‘rampar’ em lombada.
Ao Jornal Midiamax, o morador antigo da região e auxiliar de produção Evandro Ribeiro dos Reis, de 45 anos, foi quem mencionou que o redutor de velocidade foi instalado pouco tempo depois do acidente em 2012.
Segundo relato dele, o acidente em questão matou pai e filho. Os dois saíam para andar de bicicleta quando foram atingidos por um motorista de um carro desgovernado. O pai morreu no mesmo dia, enquanto o filho chegou a ficar em coma e morrer dias depois.
Os relatos dos moradores quanto ao redutor de velocidade são diversos, mas muitos acabam no mesmo ponto: os acidentes.
A funcionária pública Lurdes Pereira, de 53 anos, mora na Avenida há mais de 30 anos e acredita que a faixa elevada está fora dos padrões. “O quebra-molas dá uma amenizada nos acidentes, mas fizeram muito alto e as pessoas acabam ‘rampando’, porque perdem o controle, e então se acidentam”, explica.
O idoso Jonas Carmo dos Reis, 62 anos, que também mora há décadas na via, acredita que a desatenção dos motoristas e motociclistas é a maior causadora dos acidentes. “Acho que é muito descuido dos condutores. Se não tivesse esse quebra-molas, aqui seria uma verdadeira pista”.
Placa longe e até virada
Outra reclamação dos populares é quanto à placa que indica o quebra-molas. Para alguns, a primeira placa que indica o quebra-molas, aquela que alerta da saliência na pista a determinada distância, está muito longe.
Outra reclamação é quanto à seta da placa em cima da faixa elevada. Conforme a resolução nº 600 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a placa de saliência na pista deve ser colocada junto a lombada e deve estar complementada com seta de posição. No caso da sinalização vertical da Avenida José Barbosa Nogueira, a seta está virada para o outro lado.

Isso, segundo alguns relatos coletados na região, junto à falta de iluminação noturna do canteiro – porque, conforme os moradores, alguns criminosos estavam furtando os fios de energia – contribui para a ocorrência rotineira de acidentes no trecho em questão.
A reportagem deixava o local quando se deparou com o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Paulo da Silva. Ele explicou que a Agetran recebeu as denúncias sobre falta de sinalização e irá averiguar a situação do redutor de velocidade. Contudo, optou por não conceder maiores detalhes à equipe.
Motociclista morreu ao ‘rampar’
O motociclista Lennon Caporlinga Bartollo morreu aos 43 anos após “rampar” no quebra-molas da Avenida José Barbosa Rodrigues, no Residencial Búzios, em Campo Grande, na manhã deste sábado.

Lennon foi encontrado caído no cruzamento com a Rua Edmundo de Almeida. Com o impacto, ele foi lançado e as roupas foram rasgadas. A moto parou a metros do corpo.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel) foi acionado, encaminhando a vítima para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon. Entretanto, por ele sofreu paradas cardíacas respiratórias e, apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi constatado às 7h18.
Horas depois do trágico acidente, na noite do sábado (27), um outro motociclista também se acidentou em outro quebra-molas da Avenida. Conforme repassado ao Jornal Midiamax por moradores, a dinâmica do acidente foi a mesma: as motos ‘ramparam’ ao passar pelo quebra-molas.
No último caso, não há informações sobre o estado de saúde da vítima, apenas que foi atendida pelo Corpo de Bombeiros.