Pecuarista, de 28 anos, que matou o garupa de uma motocicleta, identificado como o eletricista José Roberto Pereira de Souza Carvalho, de 21 anos, na Avenida Consul Assaf Trad na noite de domingo (17) em Campo Grande, havia dirigido pela rodovia embriagado e com o filho, de 3 anos, como passageiro.

À polícia, o homem contou que por volta das 10h havia ingerido bebida alcoólica com amigos em Coxim, por cerca de uma hora e meia. Em seguida, entre 14h e 15h, saiu da cidade com a caminhonete para levar o filho, de 3 anos, até São Gabriel do Oeste. 

Depois seguiu em direção à Campo Grande, onde por volta das 23h, entrou na cidade pela Avenida Consul Assaf Trad e sentiu um forte impacto. Ele contou que freou, mas não conseguiu ver o que tinha acontecido, apenas parou e viu que tinha ‘trompado’ em uma motocicleta e atropelado duas pessoas que estavam no chão. Ele negou que tentou fugir e afirma que parou para prestar socorro. “Assim que possível eu parei”, teria dito.

Ainda durante depoimento, ele contou que ingeriu medicação para ansiedade e depressão às 7h, 9h, 11h e 16h. 

Vítimas arrastadas

José roberto estava na garupa da motocicleta pilotada pelo amigo, de 27 anos, que também foi socorrido. 

Segundo a polícia, a suspeita é que a intenção do condutor da caminhonete era fugir porque ele arrastou as vítimas por pelo menos 95 metros, já que a motocicleta ficou enroscada na frente da caminhonete.

Segundo dados da perícia, informados à Polícia Civil, a caminhonete arrastou a motocicleta com as vítimas ainda em cima. A distância entre o ponto de colisão e primeira vítima é de aproximadamente 70 metros, da segunda vítima é de 95 metros, da motocicleta é de 120 metros e a parada da caminhonete é de 140 metros, ou seja, o motorista só parou a caminhonete 140 metros depois de bater na motocicleta. Ele continuou dirigindo e no meio do caminho arrastou as vítimas, deixando-as pela via.

Segundo a polícia, a fuga o motorista só não foi concluída porque o pneu dianteiro da caminhonete murchou e o veículo derramou óleo, parando por problemas mecânicos. Depois disso, ele desceu do carro e foi até o local, onde já havia outras pessoas que acionaram o socorro. 

Audiência de custódia

O pecuarista teve a prisão em flagrante homologada e convertida em prisão preventiva durante audiência de custódia na manhã desta terça-feira (19) em Campo Grande.

O juiz Albino Coimbra Neto entendeu que ele deve ser mantido preso 

por conta da gravidade da situação, incluindo a possibilidade de omissão de socorro e ocorrência de dolo eventual, já que há registro de alto teor alcoólico.

Ademais, as circunstâncias foram agravadas pelo veículo ter ainda trafegado por mais de 100m após o local. Isso sustenta, contrariamente à alegação da Defesa, que definitivamente o autuado se colocou em situação de total irresponsabilidade em sua conduta, conduzindo veículo automotor em estrada (vindo da BR-163 da cidade de São Gabriel do Oeste), colocando em risco a vida de várias pessoas até que enfim ocorreu o fato em tela”, diz o juiz.

Além de prisão preventiva, o juiz mandou suspender a permissão e habilitação para dirigir veículo automotor.