Um mês após ter perna amputada em acidente, técnica de enfermagem está na UTI com Covid-19

Ela sofreu acidente junto à irmã, quando voltava do hospital, e motorista fugiu sem prestar socorro

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Um mês após sofrer acidente e ter a perna amputada devido à gravidade das lesões, uma técnica de enfermagem, de 45 anos, que conduzia uma motocicleta com sua irmã na garupa, também técnica de enfermagem, contraiu Covid-19 e está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A defesa das irmãs entrará com processo na área civil contra o condutor do Chevrolet Vectra, por danos materiais, morais e lucros cessantes.

Segundo o advogado de defesa, Vilmar Vieira da Rocha, a técnica de enfermagem de 45 anos não está recebendo auxílio do motorista, que fugiu do local sem prestar socorro. “Como ela teve infecção após amputar a perna, estávamos esperando para ver se seria necessário fazer cirurgia ou se só o gesso seria suficiente”. Ela teve que amputar o membro inferior a quatro dedos abaixo do joelho, além de ter perda de parte do tecido da coxa, sendo necessário realizar enxerto na região.

Ainda segundo o advogado, a mulher estava internada em uma ala separada, mas contraiu Covid-19 e teve de ser transferida para a UTI. Ela está com 75% dos pulmões comprometidos e contraiu pneumonia hospitalar. O estado de saúde é considerado gravíssimo.

Já a outra técnica de enfermagem, de 41 anos, alegou que o marido, que trabalha de pedreiro, precisou se ausentar do serviço para cuidar da esposa, motivo pelo qual a defesa entrará com ação para que seja acionado o seguro Dpvat e a técnica tenha acesso a remuneração pelo INSS.

O acidente

O acidente ocorreu no dia 1º de junho, quando as irmãs voltavam do trabalho no HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados), quando, no cruzamento da Avenida José Roberto Teixeira com a Rua Bezerra de Menezes, elas foram atingidas por uma caminhonete Chevrolet S10. Segundo elas, o motorista furou a preferencial e a perna da técnica de enfermagem que estava na garupa da moto ficou presa no carro.

Ao realizar a manobra, elas afirmam que foram arremessadas para longe e tiveram as fraturas. As vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros, que, segundo o advogado de defesa, constatou ainda durante o atendimento inicial, que seria necessária amputação de parte do membro. Elas foram encaminhadas para o Hospital da Vida.

Já o motorista fugiu do local sem prestar socorro. Em depoimento, ele afirmou que, há aproximadamente quatro quadras do cruzamento onde o acidente ocorreu, ele seguia pela Rua Bezerra de Menezes, quando foi abordado por uma Chevrolet S10 teria parado ao lado de seu carro e o passageiro dito “olha o cara ali, olha o cara ali (sic)”, apontando um revólver em sua direção.

O condutor afirma ter ficado nervoso, saindo com o veículo em disparada pela mesma via, mas alegou estar na velocidade de 40 km/h quando o acidente ocorreu. Ele ainda disse ter pensado em acionar o socorro, mas seguiu até a casa de um amigo, onde teria deixado o veículo, seguido para sua residência a pé.

O suspeito ainda alegou que, quatro dias depois, ficou sabendo pela imprensa que as vítimas haviam sido hospitalizadas e, no dia seguinte, foi avisado pelo seu pai que policiais o procuraram para comparecer na delegacia. Segundo ele, como estava prestando serviços a uma fazenda da região, se apresentou na delegacia no dia 9 para prestar depoimento, na companhia de seu advogado.