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Trânsito

Dia sem comemoração para mãe que perdeu filho no trânsito de Campo Grande

Jhony morreu em acidente na região do José Abrão, na sexta-feira
Arquivo -

O Dia das Mães não será de comemorações na família de dona Ermínia, uma moradora do bairro Bosque Santa Mônica, em . Mãe de três filhos já crescidos, ela perdeu o caçula Jhony, com apenas 20 anos, para a violência no trânsito da Capital.

Na última sexta-feira (11), o rapaz voltava da casa da ex-mulher, em sua motocicleta comprada há cerca de um mês, quando se envolveu em uma colisão com um caminhão caçamba. Ele acabou sendo atropelado e não resistiu aos ferimentos.

“A minha mãe está muito abalada. Ela só foi informada no fim da tarde para a noite [de sexta-feira] pela minha tia e pela minha prima. Ele era um menino trabalhador, bonzinho, não bebia e não fumava. Vamos nos reunir hoje, mas está todo mundo desamparado”, diz a irmã de Jhony, Bruna Sanchez Feitosa, de 24 anos.

Segundo Bruna, a mãe já não comemorava muito o Dia das Mães, por conta do falecimento da avó, há sete anos. “Ela já não era muito fã, por causa da minha avó que faleceu em maio, há sete anos”, diz.

Apesar de jovem, Jhony tinha dois filhos: meninos de 1 ano e 10 meses e de 4 anos. Ele foi casado por aproximadamente quatro anos e havia se separado recentemente. O jovem estava morando com a mãe e no dia do acidente, voltava da casa da ex-mulher, no Loteamento Bom retiro.

“Segundo o meu pai, ele falou: vou sair e talvez ver meus filhos. A minha ex-cunhada contou que ele brincou bastante com os meninos e foi embora. Quando estava voltando, aconteceu o acidente”, explica Bruna.

Menino especial

Jhony era o caçula dos três filhos de Ermínia e Valdemir [20, 22 e 24 anos]. Após a morte, a família autorizou a doação das córneas de Jhony. Segundo a irmã, ele era “um menino especial”. Bruna conta que o irmão foi diagnosticado com diabetes quando tinha apenas quatro anos de idade. Com isso a rotina da família foi alterada.

“Ele era o menino especial da família. Com quatro anos, foi diagnosticado com diabetes e  quase morreu. Batalhou muito para se manter vivo e foi uma mudança radical. A gente era pequeno e não entendia bem quando chegava a Páscoa, por exemplo. Mas, a minha mãe sempre dava um jeito de dar um chocolate para gente e um chocolate diet para ele”, relembra.

Super pai

Bruna diz que o irmão era um “super pai”, mas que estava muito afetado com a separação e havia perdido o emprego de chapeiro em um trailer recentemente. Mesmo assim, estava cheio de planos e sendo apoiado pela família.

“Ele foi mandado embora há pouco tempo e a moto ele comprou com o dinheiro do acerto, há mais ou menos um mês. Ele tinha sonhos e no mês que vem ia fazer um teste com uma chapa para fazer lanches e a minha mãe estava incentivando. Era boxeador e parou um tempo, quando estava casado, mas agora mexendo de novo com isso”.

Problemas na região

O acidente que matou o jovem aconteceu ao mesmo tempo em que moradores da região se reuniam para discutir o problema do trânsito nos bairros cortados pela avenida Doutor .

O motociclista e o caminhão seguiam pela rua Alberto Lamego e fariam a conversão para a rua Marcelo Roberto. Informações preliminares são de que o motociclista teria sido fechado pelo caminhão e acabou caindo embaixo do veículo de carga. Depois do acidente, o motorista do caminhão chegou a passar mal.

Os moradores da região alegam que, possivelmente, os veículos faziam o percurso por dentro do bairro para evitar passar pela avenida Doutor Euler de Azevedo, apontada como problemática, após a instalação de muretas durante as obras de duplicação.

Durante toda a manhã da sexta-feira, moradores, comerciantes e lideranças comunitárias se reuniram para discutir o trânsito nos bairros da região. Eles alegam as muretas da avenida Euler de Azevedo dificultam a visualização dos motoristas nos cruzamentos e que também é perigoso para pedestres que atravessam a rua.

Mortes no trânsito

Somente neste mês de maio, cinco pessoas morreram no trânsito de Campo Grande. No dia 3 de maio, o major aposentado do Exército, Jacinto Soares da Silva, 93 anos, morreu na Santa Casa de Campo Grande após ser atropelado na Avenida Presidente Vargas, quase esquina com a Avenida Júlio de Castilho, na região do Santo Amaro. O idoso foi atropelado por um motociclista de 24 anos, também militar do Exército.

No dia 5, um motociclista e o ocupante da garupa morreram após a motocicleta bater em um veículo na Avenida Fraiburgo, no bairro Moreninhas. De acordo com a Polícia Civil, com a colisão, os jovens foram arremessados da motocicleta. O piloto foi identificado como Fernando da Silva Azevedo, 20 anos, e o garupa, Mario Carlos Dias Martins, 15 anos.

No domingo, 6 de maio, Nilton Lima dos Santos, de 46 anos, morreu após colisão envolvendo a motocicleta que pilotava, uma Yamaha R1, e um veículo Citroën C3 de cor prata na Avenida Euler de Azevedo, em frente ao Mercado Modelo.

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