Usuários reclamam de superlotação e questionam falta de manutenção

Usuários do da Capital ironizaram na manhã deste sábado (27) o motivo apresentado pelo para não liberarem os ônibus novos flagrados guardados nas garagens das empresas. Além de reclamarem da superlotação, os usuários questionam a falta de manutenção nos veículos e o preço alto da passagem. 

A baixa demanda ‘fora do horário de pico' foi um dos motivos apresentados pelo diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende Filho. Justificativa que segundo os trabalhadores e usuários dos ônibus não condiz com a realidade. “Os ônibus estão sempre lotados. Uso para trabalhar diariamente e é sempre assim,” diz a inspetora de alunos Auxiliadora Pereira.

O mesmo diz a Consultora Zenaide Fonseca, 52, que ressalta as promessas de frotas novas e o prejuízo que já teve em um ônibus cheio. “Eles prometem ônibus novos, mas quando ele vêm não são colocados na rua. Enquanto isso a gente tem que andar esmagado. Já pegaram meu celular do meu bolso dentro do ônibus. A gente precisa ficar tão grudado que não tem como nem ver quem foi”, diz.

A consultora destaca ainda o número de ônibus velhos rodando enquanto os novos ficam “escondidos”. “Eles deixam a gente sofrer nesses ônibus velhos. Chega ônibus novo, mas eles preferem reformar os velhos que andam aí caído aos pedaços, sem manutenção nenhuma. Isso é um vergonha”, conclui.

Por causa dessa falta de manutenção o segurado Paulo Franquine, de 31 anos, que é cadeirante, já perdeu vários compromissos e até consultas médicas. Ele conta que faz acompanhamento médico na Santa Casa de três vezes por semana e já aconteceu de passarem cinco ônibus com o elevador de cadeirante com defeito.

“Esses ônibus não tem manutenção. Eu já liguei várias vezes na empresa responsável para reclamar. No meu bairro mesmo, várias vezes fui deixado porque o elevador não tava funcionando. E isso não acontece só em ônibus de vila não, no Centro também já passei por isso”, salienta.

Sobre o motivo apresentado pela empresa responsável pelo transporte coletivo da Capital, Paulo diz acreditar se tratar de economia. “Eles querem colocar todo mundo dentro de um ônibus para economizar”, diz.

Com a filha de três meses no colo, a bacharel em administração Mariana Barone, de 28 anos, também reclama dos ônibus lotados e acredita que está faltando melhor gerenciamento. “Falta ônibus e gente que faça eles funcionarem de forma correta. Precisamos de mais ônibus na rua, principalmente em horário de pico e aos fins de semana”, conta.

Mariana pontua os vários problemas e explica que já embarcou em ônibus totalmente sucateados e mesmo com o bebê no colo de tão lotados, já teve que ficar em pé. “Entrei uma vez em um ônibus que não fechava a porta. O motorista até tentou fechar, mas não conseguiu e seguiu viagem com porta aberta. Fora os ônibus sempre lotados. Achar lugar para sentar é muito difícil”, destaca.

 

Denúncia

Passageiros e trabalhadores do transporte coletivo denunciaram ao Jornal Midiamax que as empresas estariam ‘escondendo' em seus pátios ônibus mais novos e maiores, enquanto estariam colocando para rodar veículos mais antigos e em piores condições.

Enquanto os usuários reclamam da lotação dos ônibus, atraso nas linhas e péssimas condições dos terminais, os veículos mais novos, adquiridos em 2012 e apresentados com pompa à Capital, permanecem guardados nas garagens das empresas porque consomem mais combustível e um aditivo especial para diminuir a poluição, o que aumento o custo de uso, motivo pelo qual seriam usados apenas em ocasiões especiais.

À época da concessão do transporte público, ainda não gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), lembrou o vereador Airton Saraiva (DEM), a Prefeitura recebeu cerca de R$ 20 milhões pela concessão.  “O que aconteceu com o dinheiro? Teria que investir no transporte. Por que não investiram nos terminais, por exemplo, para limpeza permanente e segurança. Os terminais são uma vergonha”, frisou o democrata.