Procura pela CNH tem queda de 30% e sindicato fala em mais ‘clandestinos’ na rua
Vale tudo para atrair clientes
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Vale tudo para atrair clientes
‘Pague somente quando pegar’, ‘parcele em até doze vezes no cartão de crédito’, ‘traga um amigo e ganhe desconto’. Em tempos de crise, autoescolas de Campo Grande têm entrado em uma verdadeira disputa para atrair clientes e não ficar no prejuízo. Os números explicam isso: com o País em crise, a procura pela primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação) caiu mais de 30% no Estado.
De acordo com o SindCFCMS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Mato Grosso do Sul), somente entre 2014 e 2015 a procura pela primeira carteira caiu de 4,5 mil para 3,1 mil, considerando a média mensal.
Se é ruim para os centros de formação, o dado representa também, maior risco de clandestinidade.“Temos percebido que as pessoas não querem fazer compromisso e acabam caindo no erro de dirigir à maneira delas”, afirma o presidente do Sindicato, Wagner Prado. Segundo ele, em média uma CNH sai por R$ 1,8 mil, ou seja, mais de dois salários mínimos, se for só a categoria B, para dirigir carro. Se o motorista incluir a carteira para pilotar moto, esse valor passa de R$ 2 mil.
Com o orçamento apertado, muitos preferem não fazer esse compromisso por ora. Douglas Parizotto, diretor de ensino da auto escola San Marino, conta que na unidade onde trabalha houve uma queda de aproximadamente 40% na procura de interessados na primeira via da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A crise é a principal justificativa para aqueles que optam por adiar a conquista
A saída foi apelar para as promoções. “Com a queda do movimento adotamos parceria ainda maior com o aluno, além disso, ressaltamos sempre a importância de se ter a carteira de motorista que é um documento importante, inclusive exigido em alguns concursos públicos”, revela.
Mais caro
Desde o mês de janeiro deste ano, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) exige que novos motoristas façam aulas em simuladores. Por esse motivo, o valor a ser pago por uma carteira de motorista sofreu aumento médio de R$ 300.
Assim, para aqueles que desejam estar aptos a dirigir carros e motocicletas, o investimento a ser feito é de em média R$ 2.148.
“A situação está bem difícil. A gente tira dinheiro daqui, arranja dali, tudo pra dar um jeito de fazer, afinal, é um investimento pra vida e traz praticidade”, relata a assistente administrativo Vânia Salete, de 18 anos.
Vânia não se enquadra na lista das pessoas que resolveram deixar a habilitação para um outro momento. Contudo, para isso, enfrentou uma verdadeira peregrinação até decidir dar entrada no processo de habilitação. “Eu pesquisei valores, melhores lugares e condições. Por fim, juntei um dinheiro e decidi pagar tudo à vista pra evitar o acúmulo de parcelas”, conta.
O Detran foi procurado, mais de uma vez, para falar sobre o assunto, mas não se manifestou.
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