Trecho de rodovia estadual está em obras desde 2013

A , um trecho de 14 quilômetros da MS-162 que liga o Centro de , a 225 quilômetros de Campo Grande, à cidade universitária, ao aeroporto e às instalações militares, está em obras desde 2013 e, desde então, 39 pessoas morreram no local. A duplicação que até hoje não foi concluída é uma reivindicação popular que teve início em 2000, diante dos constantes acidentes e vítimas da movimentada rodovia estadual.

Há quatro anos, antes mesmo de começarem as obras orçadas em R$ 32 milhões, a Comissão Pró-Duplicação, composta por usuários da via, já computava 36 vítimas fatais. Um vídeo com alguns familiares foi produzido para sensibilizar as autoridades (assista abaixo). Desde 2013, ano em que o então governador André Puccinelli (PMDB) autorizou o início dos trabalhos, foram mais três mortes, duas delas ocorridas na segunda-feira (6), quando um militar do Exército e a prima a quem dava carona colidiram violentamente de moto contra um poste sem iluminação.

“O certo é que a obra deve possuir segurança, seja durante a execução e principalmente após concluída”, avalia Franz Mendes, servidor federal que preside a Comissão Pró-Duplicação. Ele aponta problemas estruturais na obra, como falta de iluminação e sinalização. E rechaça a ideia de que já tenham sido concluídos os serviços, como teria afirmado a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) à imprensa local.

“Nós enviamos email com os itens que faltam para a Agesul e os técnicos vieram na semana passada, fizeram levantamento do que falta e iriam reunir os integrantes do consórcio para mostrar o relatório e concluir definitivamente”, explica Mendes.

 

 

Segundo a comissão, ao menos 20 mil pessoas transitam diariamente pela Avenida Guaicurus, já que a via dá acesso à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), às instalações do Exército Brasileiro, ao Aeroporto Municipal Francisco de Mato Pereira) e liga a cidade aos distritos de Picadinha e Itahum, grandes produtores agrícolas que geram tráfego de veículos pesados em períodos de safra.

A pressão popular por melhorias nesse trecho da rodovia estadual começou a ganhar destaque em 2000, quando produtores rurais e moradores da região fizeram um bloqueio com máquinas agrícolas. A partir daquele ano, o máximo que as gestões estaduais fizeram foi o alargamento da via, com acréscimo de uma faixa; não foi o bastante para torna-la menos perigosa.

A partir da criação da Comissão Pró-Duplicação, que envolveu servidores das universidades, representantes do Exército e demais usuários da via, o apelo pelas obras passou a ter embasamento técnico. O Governo do Estado passou a enviar engenheiros da Agesul para reuniões relativamente frequentes com os moradores locais.

Puccinelli passou a ser o principal alvo das reivindicações, já que em 2010 prometeu entregar a duplicação antes de encerrar o governo. Todo dia 2 de julho, durante três anos, pelo menos, o então governador era homenageado com um bolo temático. Feito por integrantes das universidades, costumava ser decorado em alusão à Avenida Guaicurus duplicada.

No final de 2013 o então governador lançou as obras. Orçadas em R$ 32 milhões, ficariam prontas em agosto de 2014, conforme a promessa feita à época. Até hoje, contudo, nem governo e sequer a Comissão Pró-duplicação consideram o serviço concluído.