O piloto de Fórmula 1 Robert Kubica voltou a mexer os dedos nesta segunda-feira após o grave acidente sofrido em uma corrida de rali no fim de semana, e o chefe da equipe Renault, Eric Boullier, disse que a recuperação pode ser bem mais rápida que o estimado previamente pelos médicos.

O polonês de 26 anos passou por uma cirurgia de sete horas de duração após ter sofrido múltiplas fraturas no braço e na perna do lado direito em consequência da forte batida no muro de uma igreja durante o rali disputado no domingo.

Ele foi colocado em coma induzido, mas acordou por um breve período na manhã desta segunda-feira.

“Ele foi despertado brevemente pelos médicos”, informou a Renault em comunicado. “Ele pôde conversar com seus familiares. Ele também conseguiu mover os dedos, o que é animador para a sequência de seu processo de recuperação”.

“Para evitar qualquer tipo de estresse físico, Robert será colocado sob medicação para dormir pelas próximas 24 horas pelo menos. Enquanto isso, os médicos decidirão como vão tratar as fraturas no ombro e no cotovelo. Robert pode ser operado mais uma vez, mas não será nos próximos dias”, acrescentou a equipe.

Inicialmente os médicos ficaram preocupados com a funcionalidade da mão direita do piloto, mas agora já estão otimistas. O chefe da Renault está ainda mais confiante.

“Quando você sofre um acidente grave como Robert sofreu no domingo, os médicos sempre predizem o pior cenário”, disse Boullier à BBC enquanto se encaminhava para visitar Kubica com o outro piloto da Renault, o russo Vitaly Petrov.

“Ele certamente ficará fora por alguns meses. A recuperação será mais rápida que um ano, mas ainda é cedo para dizer quanto tempo ele vai precisar.”

Apesar da confiança de Boullier, o cirurgião de Kubica disse que o tempo de recuperação pode ser de um ano, e que os próximos dias serão cruciais para determinar se a operação teve sucesso total.

“A mão está quente e isso significa que a operação correu bem”, disse o cirurgião Mario Igor Rossello a repórteres no hospital Santa Corona, perto de Gênova.

“Precisamos de ao menos seis dias para checar se a circulação do sangue está normalizada.”

Com os testes já em andamento na Espanha e a primeira corrida da temporada marcada para o dia 13 de março, no Barein, a Renault terá que escolher um substituto para um dos mais populares e competitivos pilotos do grid.

Os dois pilotos reservas oficiais são o brasileiro Bruno Senna e o francês Romain Grosjean, mas a escuderia apoiada pela Lotus não confirma se um deles será escolhido.

“Já estamos começando a pensar num plano de contingência”, disse Boullier, que defendeu a ligação de Kubica com o rali apesar dos riscos.

“Ainda não sabemos, estamos esperando para saber qual será o tempo de recuperação, porque se for um substituto de curta duração vamos usar um dos nossos reservas. Se ele precisar ficar mais tempo, vamos considerar outras opções.”

Senna disputou a última temporada da F1 pela equipe HRT, sem conseguir marcar nenhum ponto. Especulações na mídia colocaram os alemães Nick Heidfeld e Nico Hulkenberg como possíveis alternativas para a vaga de Kubica.