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Polícia

Vizinho lembra grito desesperador de Vanessa e lamenta não conseguir salvá-la de feminicídio

Polícia realizou a reprodução simulada do feminicídio que vitimou a jornalista nesta terça-feira (25)
Layane Costa, Lívia Bezerra -
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Equipes da Polícia Civil no local. (Foto: Layane Costa, Midiamax)

O vizinho de Vanessa Ricarte – morta a facadas pelo ex-noivo em casa – lembrou o grito desesperador da jornalista e lamentou não ter conseguido salvá-la do feminicídio naquele 12 de fevereiro. Na tarde desta terça-feira (25), a Polícia Civil realizou a reprodução simulada do crime no bairro São Francisco, em .

No local, o vizinho da jornalista reproduziu à polícia o passo a passo feito no dia do feminicídio. Ele contou à reportagem do Jornal Midiamax que ajudou os policiais a abrirem o portão da residência de Vanessa naquela tarde. 

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Além disso, o vizinho falou que ouviu um grito desesperador da jornalista e correu até o imóvel para bater no portão na tentativa de distrair o feminicida, mas não conseguiu. “Era um grito muito alto, desesperador e assustador”, relembrou.

Ao se recordar de outros momentos do crime, ele relatou que não conseguiu pular o muro da casa devido à cerca elétrica. Por isso, ele carrega o sentimento de não ter conseguido salvar a vizinha do feminicídio. 

“A reprodução simulada foi tranquila, eu me sinto até melhor, mas o fato de não ter conseguido salvar ela (Vanessa) foi muito difícil. Quero que a justiça seja feita”, disse o vizinho. 

A reprodução simulada realizada na tarde desta terça-feira (25) também contou com a presença do advogado Pedro Gusmão. À reportagem do Jornal Midiamax, ele resumiu que a reconstituição foi tranquila e positiva. 

“A perícia vai finalizar todo o trabalho que foi, todos os vídeos, as fotografias que foram tiradas daqui, toda a reconstituição simulada dos fatos e vai encaminhar isso para ser juntado nos autos e posteriormente o processo segue sua marcha processual normal”, explicou.

Durante a reconstituição do feminicídio, equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e da Polícia Científica estiveram no local.

Feminicídio

A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora pública que trabalhava no MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul) morreu na Santa Casa de Campo Grande na noite do dia 12 deste mês, vítima de feminicídio.

Ela foi esfaqueada em casa, no bairro São Francisco, pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, que foi preso em flagrante logo após o crime. Vanessa foi esfaqueada três vezes na região do tórax e depois levada em estado gravíssimo à Santa Casa, onde veio a óbito.

No dia do crime, o feminicida disfarçou calma e disse que aceitava o fim do relacionamento. Mas o que veio a seguir foram facadas desferidas contra Vanessa.

Vanessa tinha voltado da delegacia, onde foi buscar a medida protetiva contra Caio, que não recebeu a intimação a tempo, quando se deparou com o músico na residência. A jornalista estava na companhia de um amigo, já que havia dispensado, na Deam, o abrigo e a polícia para buscar seus pertences em casa.

Antes de matar jornalista a facadas, ex-noivo divulgou fotos 

Conforme o relato de Vanessa, o noivo fez postagens, sem que ela soubesse e sem sua autorização, de fotos privadas dela no Instagram. Nas legendas das fotos publicadas por Caio, ele a injuriou, dizendo que a jornalista seria atriz pornô e que estava em uma plataforma de vídeos adultos com vários codinomes.

Conforme o relato de Vanessa, ele usou de subterfúgio para que ela permitisse que ele a fotografasse nua. Segundo ela, o músico teria dito que a jornalista estava com o corpo todo cheio de hematomas. 

Criminoso tinha 11 passagens pela Polícia

Caio acumulava 11 registros por violência doméstica. Os boletins de ocorrência de violência doméstica começaram a ser registrados em 2020.

Em um dos casos, uma ex-namorada foi parar na Santa Casa depois de ser agredida pelo músico. A ex-namorada agredida teve queimaduras no rosto e braços, do que parecia ser fricção no asfalto.

A filha da vítima na época relatou que a mãe foi agredida pelo seu ex-namorado na casa dele e que teria pego um motorista de aplicativo até sua casa, momento em que o ex-namorado chegou pilotando uma motocicleta logo atrás da vítima. Ela, então, ligou para a polícia e o agressor fugiu do local.

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