Uma jovem campo-grandense, de 20 anos, tem vivido um pesadelo desde que terminou o relacionamento com o ex-marido, há 9 meses. Desde então, ela é vítima de ameaças e agressões físicas e psicológicas do homem, com quem foi casada por 3 anos. O episódio de violência mais recente foi registrado por vídeo, na madrugada desta sexta-feira (20), na região sul da Capital. A medida protetiva foi solicitada há 7 meses pela vítima, mas isso não impediu que ela fosse violentamente jogada no asfalto.
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Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, era por volta de meia-noite quando a jovem chegava em casa, acompanhada de uma criança de três anos que cuida. O homem chegou de moto, acompanhado de sua irmã, e começou a agredi-la.
No vídeo é possível ver a vítima sendo arrastada pelo cabelo, enquanto levava socos e era jogada violentamente no asfalto. Embora vizinhos assistissem às agressões, ninguém interviu. A irmã do agressor tentou puxá-lo, mas desistiu após ameaça. Segundo pessoas que conviveram com o ex-casal, o homem tem passagem pela polícia.
“Ele não deixa ela com ninguém, não deixa ela ser feliz com ninguém, e fica ameaçando matar ela caso ela arrume alguém. Se ela conversa com um menino, ele vem e bate nela. Não é a primeira vez que isso acontece”, lamenta uma pessoa próxima à vítima, que terá a identidade preservada.
Medida protetiva já foi solicitada
Dois meses após o término, a jovem foi agredida pela primeira vez. Em novembro de 2024, a vítima estava em uma conveniência, quando ele chegou e passou a jogá-la sobre as mesas do estabelecimento. “Ela chegou com o cabelo todo caído, de tanto que ele puxou”, afirma.
Após a agressão, a jovem foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica e solicitou a medida protetiva. No entanto, isso não foi o suficiente para que o agressor parasse.
Na tarde desta sexta-feira (20), após o novo episódio de agressão, a jovem voltou a procurar a Deam para registrar mais um boletim de ocorrência contra o ex-marido.
“Eu chamei a polícia, eles vieram, mas disseram que não podiam fazer nada, porque tinha que ir na delegacia da parte de novo. Por isso muitas mulheres morrem”, lamenta.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.