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Polícia

‘Tinha uma vida pela frente’, amigos e familiares se revoltam com feminicídio de Cinira 

Cinira foi assassinada a facadas pelo ex-marido
Thatiana Melo -
Cinira foi morta com cinco facadas pelo ex-marido

Revoltados, amigos e familiares se despediram de Cinira de Brito, de 44 anos, a 20ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul. A professora foi morta com cinco facadas pelo ex-marido, Anderson Aparecido de Olanda, nesta quinta-feira (31), em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande.

Em uma das postagens, uma amiga descreve Cinira como uma ‘mãezona’. “Descanse em paz Cinira. Uma mulher nova e bonita tinha uma vida pela frente, meus pêsames aos seus filhos ao qual você tinha um amor tão grande. Sempre demonstrou ser uma grande mãezona. Enfim, que Deus ponha em um bom lugar se merecer”, dizia a amiga.

“Nossa que Deus a coloque em um bom lugar. Excelente pessoa tive o prazer de conhecer”, disse outra postagem.

Já outra mensagem era de revolta pelo crime bárbaro. “É revoltante, é assustador. Ninguém aguenta mais tanta dor. Precisamos falar, denunciar, apoiar e proteger. Porque o silêncio também mata”, dizia.

Um amigo deseja sentimentos a família “Meus sentimentos a família, ela não merecia isso, minha cliente e amiga, que Deus te receba de braços abertos”

Cinira foi assassinada com pelo menos cinco facadas pelo ex-marido Anderson, que logo após o crime atentou contra a própria vida. Ele está internado sob escolta na Santa Casa de Campo Grande. 

Crime premeditado

Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos, teria premeditado o feminicídio de Cinira de Brito, de 44 anos, ao armar uma emboscada contra a ex-mulher logo após a vítima assumir um novo relacionamento. 

Informações são de que Cinira havia terminado o relacionamento com Anderson após descobrir uma traição, sendo que depois de um tempo, ela começou um novo relacionamento, assumido há três dias. Assim, Anderson teria armado para a ex-mulher.

Nesta quinta-feira (31), Anderson mandou uma mensagem por WhatsApp avisando que Cinira poderia ir até a casa dele buscar os restantes de seus pertences pessoais, dizendo que estava em Campo Grande. A vítima, então, foi até a residência com sua cunhada em um táxi.

As mulheres entraram na casa achando que Anderson não estava, mas o autor estava escondido no quintal da residência armado com uma faca. Enquanto Cinira arrumava alguns tapetes, Anderson a surpreendeu e passou a desferir as facadas na ex-mulher, sendo um total de cinco facadas.

A cunhada correu e Anderson a perseguiu, mas a mulher conseguiu fugir para pedir ajuda ao . A polícia e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas Cinira já estava sem vida. Já Anderson estava sentado em uma cadeira com perfurações de faca no peito, causadas por ele mesmo.

Anderson foi socorrido e devido à gravidade dos ferimentos foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande, onde está internado. Anderson não tinha nenhuma passagem pela polícia.

Mato Grosso do Sul atinge a marca de 20 feminicídios em 2025

Nesta quinta-feira (31), um dia antes de iniciar o mês do Agosto Lilás, voltado à conscientização sobre a violência de gênero em suas diversas modalidades, o Estado contabiliza 20 feminicídios. Antes de Cinira, a última vítima assassinada foi Juliete Vieira, de 35 anos. Ela morreu com uma facada no pescoço desferida pelo irmão, Edivaldo Vieira, de 41 anos, em Naviraí.

Confira a lista de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul:

Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro

Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro

Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro

Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro

Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro

Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março

Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março

Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril

Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio

Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio

Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio

Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio

Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio

Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio

Guanes () – 6 de junho

Doralice da Silva () – 20 de junho

Rose (Costa Rica) – 27 de junho

Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho

Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho

Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.

Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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