O gerente comercial Geneis de Matos Cabral, de 49 anos, réu pela tentativa de homicídio de André Luiz da Silva Almeida em março de 2024, em Campo Grande, negou o crime durante julgamento na manhã desta quinta-feira (17). Ele disse ter assumido a autoria antes por conta de uma dívida com o outro réu, Elias da Silva Maldonado, 36 anos, já morto.
A dupla atropelou e atirou contra André na noite de 9 de março de 2024 no loteamento Coophavila II, região sul da Capital. A vítima conseguiu escapar ilesa.
Elias foi morto a tiros em julho de 2024, portanto apenas Geneis é julgado pelo crime. Em depoimento na 1ª Vara do Tribunal do Júri, o gerente comercial alegou que precisava de dinheiro emprestado e foi convencido por Elias a confessar.
O outro réu estava em liberdade condicional, mas deveria colocar tornozeleira eletrônica nos dias seguintes ao crime. Por medo de voltar à prisão, Elias pediu que Geneis assumisse a autoria sozinho.
“O Elias me procurou uns dias depois do acontecido. Eu já tinha visto nas mídias [jornais] o vídeo da caminhonete passando por cima. Quando eu conheci ele, eu precisei de um dinheiro emprestado e o Elias me ajudou. Eu estava sem condições de pagar e ele falou: ‘Estou precisando aí que você me salve agora, porque eu fui preso recentemente por porte de arma e está para vir a minha tornozeleira. Se eu for responsável por esse incidente a mais, eu vou perder o meu benefício’”, relembra o gerente comercial.
“Eu fui com ele lá na 6ª DP [Delegacia de Polícia] para fazer o depoimento, e aí foi que eu falei aquilo [confissão do crime], mas eu não estava presente, até porque na data do crime eu trabalhava das 7 da manhã às 9 da noite. Então, não tinha como eu estar no local”, completou.
Motoentregador vítima de tentativa de homicídio diz ter vivido momentos de terror
O motoentregador André Luiz da Silva Almeida contou em depoimento que voltava de uma entrega quando a caminhonete Toyota Hilux, que era dirigida por Elias, bateu levemente contra a motocicleta da vítima.
“Eles passaram sem falar nada, sem pedir desculpa, como se realmente não tivessem me visto. Fiz a volta atrás deles para tirar uma foto da placa, para poder ver o que eu podia fazer depois, porque a moto começou a fazer barulho no para-lama traseiro”, rememora André.
Ao verem a vítima, os réus teriam iniciado a perseguição. Elias jogou a Hilux em cima de André, que caiu. Geneis teria efetuado pelo menos seis disparos.
“Eles vieram atrás de mim e subiram a rua atirando. Eu entrei numa outra rua e escorreguei. E passaram na caminhonete por cima de mim e atiraram mais uma vez. Eu levantei e corri e efetuaram mais um disparo, subi a rua correndo, olhei para trás, tinham duas pessoas na rua, e ouvi mais dois disparos, e aí eu não parei mais de correr”, detalhou André.

Ao Jornal Midiamax, André diz que viveu momentos de terror. “Nunca imaginei passar por isso, porque eu só trabalho, não faço nada de errado. Foi ruim, foi horrível, não recomendo”, afirmou.
Apesar do trauma, o motoentregador teve que seguir em frente e continuar trabalhando enquanto aguardava o julgamento. “Traumatizou, mas não tem o que fazer, né? Não tem como parar de trabalhar, né? Ainda estou com prejuízo da moto, mas eu corri atrás com o advogado para ver que eu consigo. Eu tive que vender a outra moto, ficou muito destruída”, concluiu.
Réu por tentativa de homicídio no Coophavila vai a julgamento
Geneis de Matos Cabral está sendo julgado pela acusação de tentativa de homicídio de André Luiz da Silva Almeida em 9 de março de 2024, no bairro Coophavila II, região sul da Capital. Ele e um comparsa, Elias da Silva Maldonado, 36 anos, se envolveram em um acidente com a vítima na Avenida Gunter Hans, que passou a filmar os dois.
Em seguida, iniciaram uma perseguição a André. Geneis atirou contra ele, que caiu da motocicleta no cruzamento das ruas dos Crustáceos com Marambaia. Elias tentou atropelá-lo, mas André conseguiu desviar. Ele conseguiu fugir, e os autores também deixaram o local.
Em julho de 2024, Elias foi morto a tiros. O crime também foi no Coophavila II, quando Elias e a esposa foram surpreendidos por uma dupla, que disparou diversas vezes. Ele tinha outras passagens policiais, e por conta da morte, a Justiça já havia extinguido a pena neste caso.
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