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Polícia

Relatório conclui que falsa biomédica de Campo Grande usava produto chinês contrabandeado

Material era armazenado em local insalubre; cliente teve deformidade permanente
Thatiana Melo -

O relatório da Polícia Civil concluiu que a falsa biomédica, Ana Carolina Britez, usava produtos contrabandeados da China. Uma das vítimas da estudante teve deformidade permanente. Ana Carolina foi indiciada pelos crimes de dolosa, uso de documento falso, falsificação, , adulteração de produto e crimes da relação de consumo.

O relatório aponta que na perícia feita nas seringas apreendidas não foi encontrado ácido hialurônico, e sim anestésico conhecido como lidocaína. A perícia não reconheceu a outra substância que havia dentro da seringa. 

Ainda conforme o laudo, o material apreendido na casa da falsa biomédica estava acondicionado de forma insalubre, em uma mala suja de terra. Dentro da mala estavam seringas usadas não descartadas junto de material lacrado. Também havia caixas de preenchedores cheias de misturas a caixas vazias. 

Conforme o laudo, o material era importado irregularmente, ou seja, contrabandeado. Um dos materiais encontrados pela polícia era de origem chinesa. O relatório final foi concluído no dia 25 de fevereiro. 

Uma das vítimas da falsa biomédica teve deformidade permanente. A mulher ficou internada vários dias e teve que ser submetida a diversos procedimentos, incluindo a colocação de traqueostomia. Em laudo indireto, o perito confirmou que ela não só ficou internada por mais de 90 dias, mas sofreu debilidade na fonação, mastigação e deglutição, além de ter ficado com deformidade permanente – fibrose na região mandibular. Assim, atestou-se desde já que a vítima sofreu lesão corporal de natureza gravíssima.

Material apreendido na clínica (Reprodução)

Vítimas

As três vítimas tiveram um grande inchaço, segundo a delegada. Uma das mulheres pagou R$ 350 pelo procedimento, já a outra pagou R$ 500 e uma terceira vítima fez o pagamento em forma de permuta, no valor de R$ 600. Serviços de unha e cílios seriam trocados com a estudante em troca do procedimento. 

Todas as vítimas tiveram de tomar antialérgicos e fazer a aplicação de um antídoto para dissolver o ácido aplicado. A delegada reforçou a importância de confirmar as qualificações do profissional que irá fazer o procedimento.   

Golpe em clínica

A estudante de biomedicina já deu em uma clínica de e foi indiciada por falsificação de documentos. O caso aconteceu em agosto de 2023.

Segundo a denúncia, em agosto do ano passado, a estudante de biomedicina comprou de uma empresa de venda de medicamentos para a área de estética e hospitais lotes de ácido hialurônico. A compra feita pela autora teria o valor de R$ 5.200.

Ela teria informado na época que faria o pagamento dividido em R$ 330 em forma de Pix e o restante com o uso do cartão de crédito, mas, segundo a dona da empresa, a estudante que se apresentava como ‘doutora’ sempre dava desculpas para o pagamento não ser recebido pela empresa. 

Ainda de acordo com a denúncia, a estudante de medicina falsificou o Pix feito para a empresa que recebeu um valor de R$ 0,01. Foi tentado contato com a autora, mas nunca era encontrada. 

Em uma nova tentativa de compra, a estudante de biomedicina tentou usar documentos da mãe para adquirir os produtos, mas a farsa foi descoberta. Quando a polícia tentou encontrá-la, a autora havia mudado a clínica onde atendia as clientes. Ela foi indiciada por documentos falsos.

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