Fragmentos de ossos queimados foram encontrados no endereço do Marcos Yuri Amorim, ex-namorado da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida há mais de um mês em São Paulo. O ex-namorado e um policial militar da reserva, que seria “sugar daddy” do rapaz, foram presos.
Carmen desapareceu no dia 12 de junho no campus de Ilha Solteira da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), cidade a 65 quilômetros de Três Lagoas. A vítima tinha um relacionamento com Marcos, que nunca assumiu a relação. Carmen desconfiava das atitudes do companheiro e chegou a preparar um dossiê contra ele.
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Assim, durante as investigações, a Polícia de São Paulo encontrou em uma fogueira os fragmentos que foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) da cidade. Uma amostra genética da mãe da vítima foi coletada para posterior análise de DNA, conforme o Jornal Folha de São Paulo.
“Primeiro, iremos verificar se são ossos humanos. Após, será extraído material genético para comparação com o material coletado com a genitora da vítima”, explica o delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha.
As buscas não param
A partir desse sábado (19), a polícia irá fazer uma nova varredura no entorno do imóvel do suspeito. Agora, os trabalhos contarão com a ajuda de professores da Unesp, dentre eles um geólogo que deve fazer um mapeamento subsolo em busca de indícios, como a bicicleta desaparecida com a jovem ou eventualmente um cadáver.
A Marinha chega à cidade de Ilha de Solteira para ajudar em buscas nos rios do município, a 660 quilômetros da capital paulista.
O que se sabe sobre o caso
A linha de investigação seguida pela polícia é que Carmen pode ter sido morta, pode ter feito o tal do dossiê contra o namorado para tentar forçá-lo a assumir o relacionamento com ela, uma mulher trans.
A última vez que Carmen foi vista foi a caminho da casa do suspeito. Segundo o delegado Miguel Rocha, a estudante tinha em seu notebook um documento com uma lista de supostos crimes cometidos por Yuri naquela cidade. Entre os delitos, estariam roubos e furtos a uma usina.
Dor de não viver o luto
Lucas de Oliveira Alves, de 29 anos, professor e morador de Três Lagoas, irmão da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, falou com o Jornal Midiamax sobre o crime.
Lucas mora em Três Lagoas há 4 anos, é professor do ensino fundamental e mestrando na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Ele disse ao Midiamax que a família está bem abalada com o desaparecimento de Carmen, e que agora esperam que o corpo seja encontrado para poderem viver o luto.
“Minha mãe está bem abalada e o meu pai está mais firme. Todo dia ele senta na frente da delegacia e fica esperando, mesmo que nada aconteça”, falou Lucas ao Midiamax. Ele disse que a família não consegue viver o luto e todo dia revive o desaparecimento de Carmen.

Família não gostava de namorado de Carmen
Lucas ainda revelou que a família não gostava do namorado de Carmen, Marcos Yuri Amorim, que nunca assumiu a relação publicamente. Conforme o relato do professor ao Midiamax, todos achavam estranha a situação de Yuri esconder o relacionamento. Inclusive, os amigos de Carmen também não gostavam do rapaz.
“Isso já não batia legal nos ciclos de amizades dele (Yuri) ser assim”, disse Lucas, que ainda revelou que a irmã era muito discreta e não falava muito do namorado.
O desaparecimento de Carmen
Carmen desapareceu no dia 12 de junho no campus de Ilha Solteira da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), cidade a 65 km de Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul. Ela fez uma prova no curso de Zootecnia, de acordo com o portal UOL.
A vítima tinha um relacionamento com Marcos Yuri Amorim, que nunca assumiu a relação. A família de Marcos era contra o namoro dos dois. Carmen desconfiava das atitudes do companheiro e chegou a preparar um dossiê contra ele.
Por sua vez, Marcos se relacionava com o policial militar da reserva Roberto Carlos de Oliveira. “A relação de sugar daddy [quando o mais velho da relação banca o mais novo] encaixa como uma luva. O Roberto tem poder econômico e o Yuri não tem. Ele [Yuri] trabalhava como entregador e fazia bicos”, afirmou o delegado do caso, Miguel Rocha.
A polícia suspeita que Marcos e Roberto mataram Carmen e ocultaram o corpo, que até hoje não foi encontrado. A família da jovem acredita que Marcos se aproveitava dela, já que a vítima chegava a cozinhar e até fazer trabalhos universitários do rapaz.
Como ele nunca quis assumir publicamente o namoro, o crime teria essa motivação. O UOL não conseguiu encontrar a defesa de Marcos. Entretanto, ele alegou Inocência em depoimento.
O advogado de Roberto também sustenta que ele é inocente e “não cometeu os crimes dos quais é acusado”. A defesa não comentou o suposto envolvimento amoroso dele com Yuri.

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