Facções criminosas como PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho movimentaram mais de R$ 28 bilhões em seis anos usando fintechs — empresas de serviços financeiros — que estão substituindo os doleiros para as facções.
Em Mato Grosso do Sul, o PCC domina a rota do tráfico de drogas e armas, enviados para todo Brasil. Em julho deste ano, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Blindspot contra a facção após a descoberta de que cocaína estava sendo transportada em cilindros de ar. Um policial penal alvo da ação acabou preso nesta quarta-feira (6). Ele repassava informações a um dos líderes da organização criminosa sobre um detento com dívida de R$ 300 mil.
Conforme dados dos ministérios públicos de São Paulo e do Rio de Janeiro, o dinheiro do PCC e do Comando Vermelho passou por essas plataformas em um esquema que movimentou R$ 28,2 bilhões em seis anos. As instituições digitais teriam facilitado a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas por meio de operações forjadas, contas laranja, criptomoedas e do uso de inteligência artificial.
As transações convertiam o dinheiro em bitcoins e outras moedas digitais, dificultando o rastreamento pela polícia. O levantamento feito apontou que as fintechs facilitaram os negócios do das facções, já que são modelos de instituições que há pouca ou nenhuma verificação de quem está abrindo contas.
Segundo as investigações do MP, oito fintechs investigadas realizaram milhares de transações com recursos ilícitos, muitas vezes simulando empréstimos ou pagamentos a empresas fictícias. Em um dos casos, um mesmo CNPJ de fachada recebeu mais de R$ 150 milhões de diversas contas em apenas um semestre, sem qualquer alarme automático das plataformas.
Ainda segundo o Economic News Brasil, após a transformação do dinheiro em criptomoedas, os valores eram transferidos para corretoras internacionais. Para o promotor Lincoln Gakyia, o cenário é alarmante. “Fintechs estão substituindo doleiros. São paraísos fiscais modernos, com vantagem: não há malote, fronteira ou risco de assalto”, disse. A estimativa de R$ 28,2 bilhões lavados em apenas oito plataformas revelou a escala do problema.
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