Operação Snow: Mulher de empresário alvo da primeira fase é presa por envolvimento com grupo criminoso
Mulher foi presa pelo Gaeco na manhã desta quarta-feira (15) em operação que investiga tráfico de drogas e associação criminosa
Lívia Bezerra –
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A esposa do empresário Rodney Gonçalves Medina foi presa pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial De Repressão ao Crime Organizado) durante a segunda fase da Operação Snow, no Loteamento Rancho Alegre, em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (15). Rodney está preso desde a primeira fase da operação, deflagrada em março do ano passado contra uma quadrilha que usava viaturas da polícia para transportar cocaína.
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Na manhã desta quarta (15), equipes do Gaeco cumpriram nove mandados de prisão temporária e outros 19 de busca e apreensão na Capital. Entre os presos está a mulher de 33 anos, esposa do empresário, que é investigada por envolvimento com o grupo criminoso.
A mulher estava em casa, quando foi abordada por equipes do Gaeco, com apoio do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar). Na ocasião, os dois filhos do casal estavam no imóvel. Horas após a prisão, a defesa dela entrou com pedido de revogação. Isso porque o advogado Antonio Cesar Jesuino, que representa a defesa da mulher, alegou que ela é mãe de duas crianças, de 3 e 10 anos.
“Os menores estão totalmente desamparados sem a presença dos pais, principalmente pela ausência da requerente”, diz trecho do pedido.
A defesa argumenta ainda que a acusada tem limitações financeiras e físicas, pois tem uma das pernas amputadas. Citou ainda que, quando pedida a prisão domiciliar de Rodney, foi consignado pela assistente social que a esposa dele é a única responsável pela guarda dos filhos, em vista da prisão do pai.
Por fim, a defesa pede a revogação da prisão preventiva da mulher ou substituição pela prisão domiciliar.
O pedido ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário. A esposa do empresário permanece presa e aguarda audiência de custódia.
Prisões
Um homem, de 38 anos, morador de um condomínio de luxo em Campo Grande, foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira (15), com armas e drogas, durante cumprimento de mandado da segunda fase da Operação Snow.
Segundo a polícia, o homem resistiu à prisão, então foi necessário o uso de força física moderada para contê-lo, o que resultou em lesões nos braços, cotovelos e joelhos.
Após ser imobilizado, o alvo foi acomodado em uma cadeira na sala de jantar para que as buscas fossem realizadas. No imóvel foram apreendidos um revólver, marca Rossi, calibre 38 e uma pistola, marca Glock, calibre 9mm e alguns entorpecentes.
Do outro lado da cidade, no Portal Caiobá, os policiais viram que tinha um único acesso e após várias tentativas de contato, entraram. O homem foi localizado no quarto. Contra ele havia um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão.
Durante buscas na casa, foi encontrado na gaveta do seu armário, um revólver calibre 38, com seis munições intactas e em outro cômodo 10 munições de revólver calibre 357, também intactas. Ele foi preso e encaminhado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil, assim como a arma e as munições.
Operação Snow
A Operação ‘Snow’, que está na segunda fase, deflagrada nesta quarta-feira (15) cumpre, além dos 9 mandados de prisão temporária, outros 19 de busca e apreensão. As ações ocorrem em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga, em São Paulo. Entre os alvos estão advogados e policial civil
Equipes do Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Policiais Especiais, prestaram apoio operacional ao Gaeco. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.
A primeira fase da operação aconteceu em março de 2024 a partir da análise do material apreendido, especialmente telefones celulares, revelou que ao menos outras 17 pessoas integram a organização criminosa, alvo dos trabalhos, entre os quais advogados e policial civil.
O líder da organização criminosa monitorava investidas da polícia e cooptava servidores públicos corruptos, o que era feito por meio de advogados.
Os advogados, além da prestação de serviços jurídicos, cooptava agentes públicos para conseguir informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas, além de serem conselheiros de outros assuntos sensíveis da organização.
Organização criminosa
Segundo o Gaeco, a organização criminosa é extremamente violenta, resolvendo muitas de suas pendências – especialmente as questões relacionadas à perda de cargas de drogas e outros desacertos do tráfico – com sequestros e execuções, muitas vezes de seus próprios integrantes.
O escoamento da droga, como regra da cocaína, era realizado por meio de empresas de transporte, inclusive, descobriu-se, agora, sobre empresas terceirizadas dos Correios.
Durante o transcorrer dos trabalhos foi possível identificar mais 2 toneladas de cocaína da organização criminosa apreendidas em ações policiais.
Trio de quadrilha que transportava cocaína em viaturas da polícia teve liberdade negada
O trio Rodney Gonçalves Medina, Ademar Almeida Ribas e Adriano Diogo Veríssimo teve a liberdade negada pela Justiça, em outubro do ano passado. O pedido foi negado pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, tendo sua publicação no Diário da Justiça do dia 14 de outubro.
“Embora a defesa tenha argumentado sobre o tempo excessivo, a complexidade do caso, que envolve múltiplos réus e diversas investigações, justifica a continuidade da prisão preventiva”, diz parte da decisão.
Os advogados de defesa do trio alegaram constrangimento ilegal devido ao excesso de prazo na instrução criminal.
Viaturas eram alugadas por R$ 80 mil para o transporte da cocaína
As cargas de cocaína que eram transportadas pelos policiais civis Hugo César Benites e Anderson César dos Santos Gomes, de Ponta Porã para Campo Grande, eram desviadas de apreensões feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Polícia Civil. Cada investigador chegava a receber cerca de R$ 80 mil por transporte do entorpecente.
Hugo César Benites estava no Paraguai quando foi deflagrada a Operação Snow, no dia 26 de março de 2024. O investigador se entregou para não ser expulso do país vizinho. Anderson César já estava preso depois de ser flagrado transportando cocaína para o grupo, que, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), é altamente articulado e estruturado com logística sofisticada e divisão de tarefas delineadas.
Os policiais cooptados pela organização criminosa chegaram a receber, em 21 meses de ‘trabalhos’ para o grupo, o valor de R$ 960 mil, sendo R$ 480 mil para cada um. Ou seja, por transporte, eles chegavam a receber R$ 80 mil.
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