O representante de casas da religião de matriz africana em Campo Grande, Babá Augusto Lougunede, disse ao Midiamax que o pai de santo, acusado de drogar e abusar sexualmente de jovens em um terreiro da Capital, não representa a religião. O crime ocorreu no dia 12 deste mês, mas só veio à tona neste domingo (20).
Conforme Babá Augusto, o acusado não é um representante das religiões de matriz africana. “Ele nem pode ser chamado como pai, como sacerdote porque esse não é um tipo de prática que acontece dentro da casa de Axé”, disse.
“As entidades, eu mesmo por exemplo, trabalho com entidade que tira as pessoas do vício e das drogas, como que ele vai incentivar menores de idade a estar usando drogas dentro da casa de Axé? Isso não é uma casa de Axé então, ele não é um pai de santo”, falou o representante.
Ainda segundo Babá Augusto, o que ocorreu foi crime e é necessário denunciar. “Então isso não é prática de uma casa de axé, é terreiro, é local de acolhimento, de cura espiritual, a gente faz rituais para que as pessoas tenham um caminho, posso ter cabeça boa, equilibrada, poder estudar, trabalhar, correr atrás, resolver os problemas que já existem no mundo lá fora. Então, isso não é uma prática de uma casa de axé”, finalizou.
Abuso dos jovens em terreiro
Conforme consta no boletim de ocorrência, no dia 12 deste mês, uma das vítimas passou a frequentar outro terreiro e convidou dois amigos para acompanhá-la. Ao ficar sabendo, o pai de santo teria entendido que a jovem retirou os amigos da antiga casa; então, ele ameaçou a vítima de morte.
Diante da ameaça, a jovem decidiu procurar uma delegacia para registrar os abusos que teria sofrido enquanto frequentava o antigo terreiro. Conforme o relato dela, o pai de santo passava a mão no corpo da jovem, teria entrado no banheiro enquanto ela tomava banho e teria publicado em suas redes sociais xingamentos e ameaças contra ela.
A vítima ainda disse que o autor teria cometido os mesmos crimes com os seus amigos. E, segundo o pai de santo, ele estaria passando a mão, pois ‘seu guia estava agindo nele’.
Ainda durante o registro, a jovem relatou que o autor comprava drogas, oferecia a menores de idade e, após eles estarem desorientados, o suspeito cometeria estupro. O caso foi registrado como violação sexual mediante fraude e perseguição na Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).
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