Haroldo dos Santos Gil, de 44 anos, morto a tiros após sofrer emboscada no Jardim Aeroporto neste sábado (21) já havia sido vítima de tentativa de homicídio em novembro de 2014 na Rua João Nogueira Vieira, no Jardim Carioca, em Campo Grande.
Conforme informações da época, Haroldo foi atingido por vários disparos de arma de fogo quando estava em frente a um residencial. Ele teria sido atingido no tórax e no ombro esquerdo e foi encaminhado para a Santa Casa, em estado grave, mas sobreviveu.
Ainda na época, testemunhas relataram um homem como responsável e disseram que o mesmo fugiu em um veículo Fia Uno.
Em setembro de 2015, uma mulher foi condenada e, um homem, inocentado, acusados de participação no crime. Camila Almeira de Souza, acusada de tentar matar Haroldo, foi condenada a 3 anos e 11 meses de prisão em regime aberto. O crime teria sido motivados por motivos torpes, em razão de uma briga entre as partes antes do crime.
Já Manoel Lima de Souza, que a princípio foi apontado como o principal suspeito do crime, foi inocentado no mesmo julgamento.
O caso de 11 anos atrás
Na época o Ministério Público narrou que os acusados usaram de recurso que dificultou a defesa da vítima, porque os disparos foram efetuados de maneira repentina, sem qualquer alarde, surpreendendo Haroldo enquanto ele estava distraído.
Durante a sessão de julgamento, o promotor de Justiça pediu a absolvição de Manoel por insuficiência de provas, e solicitou que Camila fosse julgada por tentativa de homicídio simples, desconsiderando o agravante de motivo torpe, alegando que a acusada estava sobre forte emoção. O promotor também usou o argumento de autodefesa para os dois réus.
Diante dos fatos, o Conselho de Sentença, por maioria de votos, acolheu os pedidos do MP e da defesa, afastando as qualificadoras e condenou Camila apenas na tentativa de homicídio simples e absolveram Manoel. A sentença foi proferida pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos.
A morte de Haroldo
Vizinhos de Haroldo estão assustados e não sabem o que pode ter motivado o crime acontecido neste sábado (21). A própria vítima disse, minutos antes de ser socorrido, que não sabia o que teria motivado o atentado.
Ao Midiamax, uma testemunha aponta que o homem foi dependente químico no passado, mas há vários anos estava sóbrio e aconselhava familiares e amigos a se manterem longe “das coisas erradas”.
O funcionário de uma conveniência que pertence à filha de Haroldo disse que no sábado a família, amigos e clientes comemoravam 1 ano da existência do estabelecimento, que foi presente da vítima à filha. O homem foi morto a cerca de uma quadra do local.
“Ele estava muito feliz, e aqui estava muito cheio na hora que aconteceu. Ninguém viu nada, só ouvimos os tiros. Não teve briga, não teve nada”, conta o funcionário, que preferiu não se identificar.
Ele ainda relata um pouco do passado de Haroldo. “Bem antigamente ele era dependente químico, mas agora só dava conselho pra nós e falava: ‘não vai pro mundo errado, não usa essas coisas pra não perder sua família’”, relata o trabalhador. “Era uma pessoa muito tranquila e agora acontece uma coisa dessas, estamos muito tristes”, completa.
Uma mulher que mora a poucos metros do local do crime assistia televisão quando ouviu os tiros. “Você não imagina o susto. Não tive coragem de ir lá ver. Só fiquei muito assustada”, compartilha.
Outra moradora da rua também relata os momentos de tensão. “Ouvi uns 10 tiros e ele gritando de dor. Quando cheguei perto, perguntei pra outra vizinha porque tinha acontecido aquilo (os disparos)”, detalha.
Baleado, vítima falou com vizinhos
Essa vizinha disse para a moradora que conversou com Haroldo, já baleado, momentos antes dele ser levado à UPA Vila Almeida por pessoas que estavam no local.
Nesse momento, Haroldo disse apenas “não sei, não sei”, sobre o que poderia ter motivado os disparos. “Foi a única coisa que ele disse pra ela e depois colocaram ele num carro e levaram para o hospital”, relatou. “A gente não sabe da vida de ninguém, mas aparentemente ele era tranquilo e bem reservado”, completa.
Por volta das 9h30 deste domingo (22), uma equipe do Batalhão Choque esteve no local para conversar com testemunhas e buscar imagens de câmeras de segurança de imóveis da rua. O caso segue sendo investigado.
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