Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (4), a mãe de Mateus Pompeu Dias, conhecido como ‘Opalão do PCC’, acompanha o julgamento da morte do filho, em Campo Grande. Mateus foi executado em março de 2024, no Jardim Montevidéu, e o réu, Eriton Amaral de Souza, de 32 anos, é julgado pelo Tribunal do Júri.
Abalada, a doméstica Maria Lúcia Pompeu, de 60 anos, disse ao Jornal Midiamax que espera justiça. “Eu quero que ele pague tudo, que fique muito tempo preso. Eu sinto a dor do meu filho no coração. Mas a justiça de Deus é mais forte que tudo”, falou.
Sobre o dia do crime, a doméstica relatou o que ouviu do filho horas antes. “Naquele dia, ele falou ‘mãe, eu vou trabalhar bem cedo, que vou acabar o serviço para irmos pescar’”, relatou a mãe da vítima.
✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram
Maria Lúcia ainda comentou que, na época do assassinato, o filho estava sendo perseguido. “Eu sei que ele estava sendo perseguido, eu via ele seguindo o Mateus com uma mochila de couro nas costas, de capacete e motocicleta”, revela a doméstica.
No entanto, em plenário, o réu contou que, antes do crime, estava assistindo a vídeos no telefone celular quando viu um conteúdo em que aparecia Mateus. Em seguida, encontrou o endereço dele. “Eu não estava procurando ele [Mateus]”, sustentou.

Julgamento
A defesa do réu é conduzida pelos advogados Amilton Ferreira de Almeida, Larissa de Almeida Tobaru e Maricelly de Oliveira Vicente. “A expectativa é se dividir em duas partes. Nós vamos alegar forte emoção em relação à vítima Matheus. E pediremos absolvição em relação à vítima Thiago, o policial”, disse Larissa.
“A defesa estudou muito para isso e, além de advogados, nós precisamos às vezes fugir um pouco da nossa área para poder entender o que seria essa violenta emoção. Então, nós fomos um pouco para o lado da psicologia, tivemos que estudar sobre os sentimentos para poder dar uma aprofundada nisso. Para que possamos demonstrar para vocês, os jurados, o que é essa violenta emoção”, complementou Maricelly.

Em plenário, Eriton admitiu que tinha uma rixa com Mateus, mas que não cometeu o crime por vingança. Ele foi alvo de um atentado há dez anos, e a esposa perdeu o bebê na época.
Em 2015, Mateus e Eriton se envolveram numa briga em uma unidade prisional. O réu foi agredido e teria passado a sofrer ameaças de “Opalão”.
Já em 2016, Eriton levava a esposa grávida para fazer ultrassom, quando foi surpreendido por uma dupla em uma motocicleta, que atirou contra o casal. Ele ficou ferido, e a esposa entrou em trabalho de parto, perdendo o bebê.
O réu disse, em depoimento, que um dos criminosos era Mateus. “Quem estava nessa moto no dia dos fatos era o Mateus. Ele estava de capacete e reconheci”, garantiu.
Eriton não registrou boletim de ocorrência. Questionado pelo juiz Carlos Alberto Garcete sobre ter pensado em se vingar, ele negou.
“Eu fiquei com aquele vazio dentro do coração, no peito, não dormia bem, não conseguia viver bem. Não foi uma vingança, um ódio guardado, é uma coisa que só quem perdeu vai poder responder isso”, disse.
‘Opalão do PCC’ foi morto em plena luz do dia, há um ano
Na manhã de 21 de março de 2024, Eriton conduzia uma motocicleta e abordou Mateus, que estava em um Fiat Uno. Sem dizer nada, sacou uma arma de fogo e matou a vítima. O policial militar Thiago Martines Dias testemunhou o crime e abordou Eriton.
Ele atirou contra o agente, que conseguiu se desviar dos disparos e fugiu. Thiago perseguiu o autor e o prendeu, quando ele caiu da motocicleta.
Conhecido como “Opalão do PCC”, Mateus tinha extensa ficha criminal, com 58 registros, que vão desde homicídio até estupro de vulnerável. O assassinato seria um acerto de contas entre criminosos. A esposa dele, Sônia Estela Flores, foi assassinada por engano em abril de 2020.
Sônia foi assassinada com tiro na cabeça, no Jardim Noroeste, região norte da Capital, enquanto segurava o bebê no colo. Na época, os pistoleiros queriam matar o marido dela, ex-presidiário que vinha sendo ameaçado de morte pela facção criminosa da qual teria sido membro.
💬 Fale com os jornalistas do Midiamax
Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?
🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.
✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.
(Revisão: Dáfini Lisboa)