A Justiça determinou a soltura dos acusados de matarem Mardochee Borgelin, de 35 anos, próximo a Ceasa (Central de Abastecimento), no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, em janeiro deste ano.
A dupla, de 30 e 31 anos, estava presa desde a época do crime, mas a Justiça determinou a soltura dos acusados após ausência de provas. Isso porque os acusados negam participação no crime e testemunhas também não souberam indicar os autores do assassinato.
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Além da soltura, o magistrado impronunciou os acusados. Ou seja, determinou que a dupla não seja submetida ao júri popular.
“Como dito, as testemunhas arroladas na denúncia não souberam esclarecer quem foram os autores da morte da vítima. Os acusados negaram a imputação. Dessarte, outro caminho não há que a impronúncia dos acusados. Posto isso, nos termos do art. 414 do CPP, IMPRONUNCIO os acusados qualificados nos autos, da imputação de crime doloso contra a vida. Expeça-se imediatamente alvarás de soltura”, diz trecho da decisão judicial.
Dupla afirma que estava na região, mas nega participação no crime
Os acusados chegaram a ser denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pelo crime ocorrido no dia 8 de janeiro. Conforme a denúncia, teria ocorrido um desentendimento entre os acusados e Mardochee em um bar.
Devido ao desentendimento naquele dia, a polícia foi acionada para o local e orientou que o haitiano retornasse para a casa. Porém, após a saída dos militares, os acusados teriam decidido ir atrás da vítima em casa, quando teriam passado a agredi-lo.
A dupla negou participação no crime, alegando que apenas estavam na região naquele dia. Em juízo, continuaram negando a autoria.
Após a denúncia do MPMS, houve uma audiência do caso, onde cinco testemunhas foram ouvidas e o MPMS pediu pela impronúncia da dupla por ausência de elementos de autoria. Em audiência, as testemunhas não souberam indicar os autores do assassinato e relataram apenas uma discussão envolvendo várias pessoas e o haitiano em um bar movimentado da região.
Por isso, os acusados foram impronunciados e a Justiça determinou a soltura.
Rito de despedida pediu justiça por morte brutal de haitiano
“Os imigrantes vêm para esse país em busca da dignidade humana e nada tem o direito de tirar uma vida”, descreve Romilda Pizani, representante do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul, durante ato, na manhã do dia 20 de janeiro, pedindo por justiça e andamento das investigações sobre o caso de Mardoché Borgelin.
Em frente ao local do crime, representantes do movimento negro e de imigrantes realizam um ritual de despedida para Mardoché. O haitiano Orlando VX, 39 anos, explica que a cruz é um simbolismo da partida, reunida com pétalas de rosas e velas.
“Estamos no lugar que ele morreu pedindo por justiça. Fiz a cruz, pois é um símbolo de morte que não poderia ter acontecido. O significado das velas é procurar quem estava errado e as pétalas é a saudade. Nós, estrangeiros, somos trabalhadores, viemos em busca de uma vida melhor. A família dele está inconsolável”.
Relembre o caso
O haitiano teria sido espancado por grupo de 10 homens. Testemunhas relataram à polícia que a vítima passou o dia transtornada, apresentando agressividade com os vizinhos, inclusive causou importunação na Ceasa, quando seguranças tiveram que a tirar de lá.
Já à tarde se envolveu em confusão com frequentadores de um bar que fica ao lado da vila de casas onde mora. Na ocasião, ele chegou a ser agredido por algumas pessoas no bar.
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