Jovem aciona a polícia após receber ligação pedindo devolução de Pix de R$ 50 mil em Campo Grande
A vítima procurou a delegacia na tarde desta quinta (16) para registrar o caso
Lívia Bezerra –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Jovem, de 19 anos, acionou a Polícia Civil após receber uma ligação pedindo a devolução de um Pix no valor de R$ 50 mil, em Campo Grande, nessa quarta-feira (15). A vítima procurou a delegacia na tarde desta quinta (16) para registrar o caso.
✅ Clique aqui para seguir o Jornal Midiamax no Instagram
Na delegacia, a jovem relatou que recebeu uma ligação de um número do Ceará, cujo DDD é 85. Na chamada, um homem se identificou e disse que teria feito uma transferência via Pix no valor de R$ 50 mil para a vítima em sua conta bancária.
Ainda, o homem dizia que queria que o valor fosse devolvido e que havia registrado um boletim de ocorrência contra ela.
Porém, a vítima relatou à polícia que não possui conta no banco citado pelo homem e decidiu ir até a agência para averiguar. Lá, ela foi informada de que a conta era por um banco digital que pertence a instituição bancária onde ela estava.
À jovem, o funcionário da instituição explicou para a jovem que ela abriu uma conta no banco através de um aplicativo no celular para pedir um cartão de crédito. Contudo, ela não conseguiu o cartão, desinstalou o aplicativo e então não viu as transações bancárias.
Por fim, foi entregue o extrato bancário à jovem que mostra o depósito de R$ 50 mil. Porém, foram feitas várias transferências e restaram R$ 0,61 na conta. Ela ainda tentou acessar a conta pelo aplicativo, mas notou que o e-mail e telefone do cadastro haviam sido alterados.
O caso foi registrado como estelionato e falsidade ideológica, se o documento é particular.
Golpe do Pix
À medida que o Pix vai sendo cada vez mais utilizado para pagamento e transferência de dinheiro, aumentam também relatos de golpes que tentam dar prejuízo a clientes de bancos.
Um deles, que viralizou recentemente nas redes sociais, é o golpe do Pix errado. A Agência Brasil preparou uma reportagem para você entender como funciona a artimanha dos criminosos e se proteger das tentativas de golpe.
O golpe
O Pix bateu recorde de transações em julho de 2024. Foram 224 milhões de transferências entre contas bancárias, segundo o Banco Central (BC). Com um número tão grande de transações, não é difícil crer que algumas tenham sido feitas realmente por engano.
É justamente neste cenário que golpistas passam a praticar o golpe do Pix errado. O primeiro passo dado pelos fraudadores é fazer uma transferência para a conta da potencial vítima. Como parte das chaves Pix é um número de telefone celular, não é difícil para o golpista conseguir um número telefônico e realizar um Pix.
Logo em seguida à transferência, a pessoa entra em contato com a pessoa pelo número de telefone, seja ligação ou mensagem de WhatsApp, por exemplo.
Uma vez feito contato, o criminoso tenta convencer a vítima de que fez a transferência por engano e usa técnicas de persuasão para que o suposto beneficiado devolva o dinheiro.
“Estava precisando receber um dinheiro para pagar o aluguel, mas o rapaz mandou no número errado. Você pode transferir aqui para mim”, relata um usuário do X (antigo Twitter), cuja mãe teve R$ 600 depositados na conta bancária.
Na tentativa de convencimento, está uma das chaves para o golpe dar certo: a pessoa mal-intencionada pede a devolução em uma conta distinta da que fez a transferência inicial.
É intuitivo pensar que a primeira forma de descobrir se o contato suspeito trata-se de um golpe é checar se o dinheiro realmente foi depositado na conta da vítima. Para isso, basta conferir o extrato bancário. O fator que leva a pessoa ao erro é que realmente o dinheiro está na conta.
A partir do momento em que a vítima se convence e decide fazer um Pix para a conta indicada como forma de devolver o dinheiro, ela caiu no golpe.
Golpe do PIX: estorno
O prejuízo acontece porque, em paralelo ao trabalho de convencer a vítima, o golpista se utiliza de um mecanismo criado justamente para coibir golpes, o Mecanismo Especial de Devolução (Med).
O mecanismo exclusivo do Pix foi criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos. Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima.
A transação alegada é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe.
Daí, ocorre a retirada forçada do dinheiro do saldo da pessoa enganada. Desta forma, o golpista que já tinha recebido o dinheiro de volta voluntariamente consegue mais uma devolução, em prejuízo da vítima.
Uma vez constatado que caiu no golpe, a pessoa pode também acionar o mecanismo de devolução. No entanto, a conta que recebeu o dinheiro transferido por “boa fé” pode já estar zerada, sem saldo para restituir o prejuízo.
Botão “devolver”
Ao orientar o procedimento que deve ser seguido em caso de receber um Pix por engano, o Banco Central explica que “não há normas do BC ou do CMN [Conselho Monetário Nacional] sobre devoluções em caso de engano ou erro do pagador, mas o Código Penal, de 1940, trata sobre a apropriação indébita”.
O órgão orienta que “basta acessar a transação que você quer devolver no aplicativo do seu banco e efetuar a devolução”.
A ferramenta Pix tem a opção “devolver”, ou seja, é diferente de fazer outra transferência. É um procedimento que, acionado pelo cliente do banco, estorna o valor recebido para a conta que realmente originou o Pix inicial.
Esse procedimento desconfigura uma tentativa de fraude e não seria considerado irregular, caso o golpista acione o mecanismo de devolução.
Med 2.0
Em junho, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que sugeriu ao BC uma melhoria no Mecanismo Especial de Devolução que, atualmente, consegue bloquear dinheiro fruto de fraude apenas na conta que recebeu o recurso, a chamada primeira camada, que pode simplesmente ser zerada pelos golpistas. Com o Med 2.0, o rastreio e bloqueio passarão a mais camadas.
“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, afirmou à época o diretor-adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria.
Segundo a federação, o desenvolvimento do MED 2.0 acontecerá no decorrer de 2024 e 2025 e a implantação será em 2026.
💬 Fale com os jornalistas do Midiamax
Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?
🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo é garantido por lei.
✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.
Notícias mais lidas agora
- Tranca calçada? Morador acorrenta trecho e impede passagem de pedestres na Vila Fernanda
- Vacina contra dengue esgota para população de 4 a 59 anos menos de 24h após ampliação de público
- Justiceiros da Fronteira: Suposta volta de grupo de extermínio em MS agita redes sociais
- Duas pessoas morreram em acidente na BR-060, trecho conhecido como ‘curva da morte’
Últimas Notícias
Homem é levado para local de chácaras no Los Angeles e executado a tiros
Os autores, em um veículo, levaram a vítima ao local
Goleiro brilha, São Paulo bate Fluminense nos pênaltis e pega o Cruzeiro nas quartas da Copinha
Novamente jogando em Jaú, o São Paulo foi pressionado pelo Fluminense logo no início.
Ministério quer ações para enfrentar fluxo de imigrantes em Corumbá
Ministro Wellington Dias conversou com juiz da 1ª Vara Cível da Comarca do município
Gracyanne confessa motivo de ter recusado participação em A Fazenda: “receio”
Musa fitness revelou que nunca participou de outro reality por medo dos conflitos
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.