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Polícia

Grupo técnico criado após feminicídio de Vanessa tem prazo prorrogado por mais 90 dias

Grupo já instaurou mais de 3 mil inquéritos
Thatiana Melo -
(Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O Grupo Técnico criado após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, em fevereiro deste ano, teve o prazo prorrogado para mais 90 dias. A prorrogação foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (22). O grupo já instaurou 3 mil inquéritos, segundo o delegado-geral, Lupérsio Degerone.

“CONSIDERANDO a necessidade de promover a eficiência e a celeridade na apuração de crimes praticados contra mulheres no âmbito da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM; CONSIDERANDO a importância de revisar e analisar os Boletins de Ocorrência registrados sem instauração de procedimento ou com providências pendentes, a fim de garantir a adoção de medidas adequadas para a proteção das vítimas e a persecução penal com a devida responsabilização dos autores de crimes de violência doméstica contra a mulher”. 

“Prorrogar, pelo prazo de 90 (noventa) dias, as atividades do Grupo de Trabalho instituído no âmbito da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, para a análise dos Boletins de Ocorrência registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM, que não resultaram na instauração de procedimento ou que possuem providências pendentes, nos termos da Portaria DGPC/MS nº 224, de 19 de fevereiro de 2025”. A portaria foi assinada pelo delegado-geral, Lupersio Degerone.

O grupo foi criado no dia 20 de fevereiro, sendo que em abril já tinham sido instaurados mil inquéritos. “Estamos instaurando os mais complexos de se instruir, primeiro. Exigem laudos de corpo de delito (lesões corporais). Aqueles que não são necessários laudos, como injúria, vias de fato, serão bem mais rápidos”, disse o delegado-geral, Lupérsio Degerone, na época.

Grupo é formado por delegados

O grupo é formado por 20 membros, sendo composto pelos delegados Wellington de Oliveira, Marcelo Alonso, João Reis Belo, Juliano Cortez Penteado, e os escrivães Steven Souza e William Eduardo Rocha, além da investigadora Priscila Rodrigues.

Também integram o grupo outros 13 delegados nomeados como membros. O grupo terá 90 dias para concluir os trabalhos, prazo que pode ser prorrogado pela DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul). 

Em Campo Grande, o grupo será responsável por analisar boletins de ocorrência de casos represados, aqueles em que as vítimas ou autores não são encontrados no endereço e nem por telefone pela Polícia Civil, bem como desistência de representação por parte das vítimas ou ausência/inexistência de provas ou elementos comprobatórios para a instrução e andamento dos procedimentos.

Relatório da Deam apontou que Vanessa foi colocada em ‘bolha de amor’

Uma violência psicológica silenciosa travestida de ‘cuidados’, atenção exacerbada que acabam envolvendo a vítima em um ciclo de um falso amor, que na realidade é uma forma de controle de seu alvo: assim foram os últimos meses de vida de Vanessa Ricarte, morta a facadas aos 42 anos, pelo ex-noivo, Caio Nascimento.

Vanessa foi colocada dentro de uma ‘bolha de amor’ por Caio, que no começo do relacionamento era um príncipe concordando com tudo, apresentando ter os mesmos gostos, o que era um relacionamento dos sonhos se tornou um pesadelo, que só foi percebido por Vanessa pouco antes do crime. 

Isso é o que revela o relatório final da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento Móvel de Urgência), que aponta as manipulações que Vanessa viveu por parte de Caio. A jornalista não dirigia o próprio carro havia meses, já que Caio estava ‘cuidando’ de sua segurança. “Ele colocou sua vítima em uma bolha de amor e ela começou a se afastar de tudo e de todos. Começou a se abrir menos do seu relacionamento com os amigos e familiares. Vanessa marcou o seu casamento sem contar para ninguém, porque Caio a manipulou”, diz o relatório.

Vanessa chegou a ter de prestar contas de seu dia a dia para Caio, que a controlava como forma de ‘amor’. O músico tinha um esboço da rotina completa da jornalista, que ainda era rastreada por Caio, para saber onde Vanessa estava.

O músico era quem nos últimos meses respondia às mensagens de Vanessa para os amigos da jornalista. “Ninguém entra em um relacionamento abusivo por vontade própria, pois na maioria das vezes começa aparentando ser o ‘amor da vida’ e muitos questionamentos surgem no sentido de ‘fulana é tão inteligente e bonita aceita estar em um relacionamento assim?’ Justamente porque começa com cara de grande amor. Porém, CAIO NUNCA AMOU VANESSA! Ele fazia com ela uma enxurrada de manipulações”, fala o relatório.

A mãe de Vanessa, em seu depoimento na Deam, relatou a dependência emocional de Caio. Ela ainda relatou que não mantinha um bom relacionamento com Caio, pois ele apresentava um comportamento desagradável, com o notório intuito de controlar Vanessa.

Vanessa passou cinco dias em cárcere privado, sem se alimentar antes de sua morte, enquanto Caio usava cocaína, que a jornalista foi obrigada a comprar com seu dinheiro. Antes de ser assassinada a facadas ao retornar para sua casa, a jornalista passou a madrugada com seu carro estacionado em um mercado, onde tinha câmeras de segurança.

“Vanessa estava imersa em um ciclo de violência com fases alternadas entre tensão, agressão e lua-de-mel, quando o agressor se emprenha em agradar, faz juras de amor (CARTAS DO CAIO apreendidas no Inquérito), ele disse que iria mudar, prometeu que foi a última vez. VANESSA estava tão debilitada emocionalmente que acredita no CAIO e não conseguiu sair desse ciclo”, diz o relatório. 

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