Carbonização por ação térmica, por queimadura direta: Esta é a conclusão da causa da morte de Gisele Cristina Oliskowski, morta pelo namorado, Jeferson Nunes Ramos, que virou réu pelo crime de feminicídio. Gisele foi queimada viva dentro de um buraco, nos fundos de uma casa, em Campo Grande.
O laudo da causa mortis aponta que as pancadas recebidas por Gisele na cabeça não causaram por si só a morte dela, e que o fogo ateado ao seu corpo que foi jogado dentro de um buraco seriam a causa da morte de Gisele.
Jeferson que está preso desde o crime virou réu e deve ir a julgamento pelo feminicídio. A primeira audiência foi marcada para o dia 25 de maio às 14h35. A denúncia contra Jeferson foi recebida no dia 20 de março pelo juiz Aluízio Pereira.
O crime ocorreu no dia 1º de março deste ano, no bairro Aero Rancho. Jeferson teria matado Gisele com pedradas na cabeça, além de ter jogado e queimado o seu corpo em um buraco localizado no quintal da residência do casal.
Segundo o feminicida, a vítima teria desferido três tapas em seu rosto, o que o deixou enfurecido e o levou a cometer o feminicídio. Conforme a delegada Elaine Benicasa, titular da Deam, Jeferson se manteve calado durante o depoimento.
Gritos de socorro
O sobrinho conta que mora no bairro e soube que estava havendo brigas na casa. Vizinhos relataram gritos e pedidos de socorro. No entanto, quando chegaram à casa, o crime já havia acontecido. O rapaz, junto com outros familiares, imobilizou o feminicida até que a polícia chegasse ao local.
Segundo o rapaz, Giselli vivia um relacionamento não monogâmico – e conturbado – com Jeferson (seu ex) e seu atual companheiro. Inclusive, os dois homens já haviam discutido por causa dessa aproximação de Giselli com Jeferson, o que resultou na internação do feminicida devido à gravidade dos ferimentos.
Relacionamento tóxico
Conforme o sobrinho, a casa em que Jeferson mora é, na verdade, de sua mãe. A idosa morava no imóvel, mas, cansada de conviver com o vício em drogas do filho, se mudou para a casa do neto, sobrinho de Jeferson. Isso aconteceu há alguns anos e, desde então, Jeferson vinha vendendo tudo o que havia no imóvel para conseguir suprir seu vício. O rapaz conta que o tio trocou até os fios da casa por drogas.
Segundo ele, Giselli e seu atual companheiro também eram usuários e, por isso, os três estavam sempre na casa de Jeferson. Quando estava sóbria, a vítima relatava aos familiares como era sua relação com Jeferson e as brigas que tinham. Giselli e seu companheiro já tinham registrado boletim de ocorrência contra o acusado.
Após o crime, a família de Jeferson pretende vender a residência. O imóvel está abandonado, depredado e tomado pelo matagal.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
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⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.