A ex-ministra das Mulheres Cida Gonçalves, que esteve em Campo Grande na manhã desta quinta-feira (31), falou sobre a violência contra as mulheres ser uma problemática do Estado, e não só da segurança pública ou de saúde. Cida Gonçalves participou do seminário “Combate à Violência contra Mulheres e Meninas É da Nossa Conta”, no TCE (Tribunal de Contas do Estado).
“Feminicídio é um crime de ódio. Só o ódio permite que alguém dê 60 socos numa mulher. Nada mais explica. Não é doença mental, não é ciúme, é passividade, não, é ódio. É ódio, é raiva”, disse a ex-ministra. Ainda conforme Cida Gonçalves, é um crime que não merece tolerância.
A ex-ministra ainda relatou que o crime de feminicídio continua da mesma forma, deformando o rosto, o corpo da vítima. “Agora, matam-se os filhos, porque uma mulher vê seu filho morrer e, segundo a sociedade, por causa dela, ela está morta, mesmo viva”, disse Cida Gonçalves.
Cida Gonçalves disse que medidas protetivas salvam vidas e que não há como discutir violência doméstica sem falar no patriarcado. “Você não tem como discutir a questão da violência contra as mulheres sem você discutir o machismo e o patriarcado. E aqui não é só discurso feminista. Aqui é uma análise científica”, disse.
A ex-ministra falou sobre o aumento da crueldade direcionada às mulheres. Cida Gonçalves comentou sobre os vários tipos de violência contra as mulheres, que não é só física, mas também pode ser psicológica e patrimonial. “A mulher, quando sofre violência, perde o emprego a todo instante. Quando ela volta para o emprego, ela volta para o emprego menor, vai ser diarista, vai ser em serviços gerais, que ela não precisa ficar se justificando. Ela não consegue ser uma recepcionista, porque está toda machucada. Então, acho que essas são as questões que nós precisamos pensar”, explicou Cida Gonçalves.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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