Família de pai de santo morto a tiros nega estupro durante trabalho espiritual e pede justiça 

Valdinei Custódio Vanderlei foi assassinado na madrugada do último domingo (2) no bairro Lageado em Campo Grande

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Valdinei foi assassinado aos 47 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

A família de Valdinei Custódio Vanderlei, de 47 anos, morto a tiros na madrugada do último domingo (2), no Lageado, em Campo Grande, nega a acusação de que houve estupro durante um trabalho espiritual. 

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Valdinei era pai de santo há 15 anos e teria sido assassinado após uma descoberta de estupro contra uma jovem de 21 anos, que acompanhava o pai em uma consulta no terreiro em que atuava. O suspeito fugiu após o crime e ainda não foi localizado. 

Três dias após a morte, a família da vítima procurou a reportagem do Jornal Midiamax para esclarecer os fatos ocorridos naquele 2 de fevereiro. Revoltadas, a esposa, de 43 anos, e a filha, de 21 anos, negam que houve estupro durante o trabalho espiritual.  

Ao Jornal Midiamax, a esposa afirmou que o primeiro contato de Valdinei com o suspeito foi na quinta-feira (30). Segundo ela, essa foi a primeira vez que o suspeito procurou o pai de santo para um trabalho espiritual após indicação de um conhecido. 

“Ele procurou meu esposo na quinta-feira e ele falou que a consulta particular custa R$ 150, mas disse que aos sábados iria abrir para o público e não cobraria nada. E assim foi feito, ele veio no sábado”, relatou a mãe de santo. 

Trabalho espiritual

Logo que o suspeito chegou ao terreiro naquele sábado (1º), iniciou-se o trabalho espiritual às 18 horas. Cinco pessoas testemunharam o trabalho, incluindo a jovem que o acusa de estupro e o pai dela.

Porém, conforme a versão da esposa de Valdinei, em nenhum momento houve estupro. A família ainda mostrou um vídeo detalhando os cômodos do terreiro. “Se ela foi violentada aqui, como o pai dela, meu irmão, a mãe de santo e a testemunha não ouviram? Ela afirma ter sido abusada, violentada, sabendo que em momento algum o terreiro ficou vazio”, questiona a filha de Valdinei. 

Ainda de acordo com a família, as cinco pessoas que estavam acompanhando o trabalho espiritual permaneceram no terreiro durante todo o tempo, presenciando, inclusive, o momento em que o suspeito vai embora do local e retorna para cometer o crime por volta das 2 horas da madrugada de domingo (2).

“Todo o tempo que eles estavam no trabalho eu estava no terreiro, pois, além de esposa, sou a mãe de santo do terreiro. A testemunha que estava lá também ficou até eles irem embora, ele (suspeito) retornar e matar meu marido”, relatou a esposa ao Jornal Midiamax.

Quem também presenciou os fatos no terreiro foi o filho caçula de Valdinei, portador de paralisia cerebral. Devido a paralisia, ele não conseguiu defender o pai dos disparos. “Imagina a dor de um menino de 17 anos portador de paralisia cerebral vendo o pai dele ser assassinado e não poder fazer nada porque ele está na cadeira de rodas”, disse a filha da vítima, aos prantos. 

Pai de santo deixou esposa e dois filhos

A mãe de santo contou ainda que era casada há 27 anos com Valdinei, com quem tinha o casal de filhos, de 17 e 21 anos. Destes, 15 anos o casal dedicou ao trabalho como mãe e pai de santo, mas, conforme o relato dela, o esposo não era estuprador.

(Foto: Arquivo pessoal)

“Se meu marido fosse estuprador era para aparecer mais vítimas, porque quem faz uma vez faz mais. Ele toca o terreiro há mais de 15 anos, e eu acompanho ele. Porque acusar meu marido de tanta coisa sendo que o assassino é o pai dela?”, disse a mulher, indignada.

Outro questionamento de mãe e filha é a ficha criminal do pai de santo, pois, segundo elas, Valdinei não tinha passagens pela polícia. Anteriormente, o Jornal Midiamax noticiou que a vítima tinha passagens por furto a violência doméstica. 

Entretanto, a família diz que o pai de santo não tinha passagens. “Ele tem ficha limpa”, esclareceu a filha.

Relembre o caso

Uma testemunha contou à polícia que a Valdinei realizava um trabalho espiritual para o ‘filho espiritual’. Então, explicou que a vítima já estava ‘incorporada’ por uma entidade para realizar o trabalho, conforme o boletim de ocorrência.

Conforme a investigação prévia no celular da vítima, ela havia combinado de se encontrar com o ‘filho’, porém quando ele chegou, o ‘pai de santo’ teria jogado cerveja nele e então o ‘filho’ foi embora.

Em seguida retornou armado e efetuou disparos contra o Valdinei. Depois foi embora em um Fiat Uno, de cor prata.

Local do crime. (Foto: Leitor Midiamax)

Acusação de estupro

Segundo o boletim de ocorrência registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a jovem de 21 anos relatou que foi ao terreiro na companhia de seu pai, para um atendimento com Valdinei, quando ele a mandou entrar em uma sala.

O pai da vítima ficou do lado de fora do imóvel. Na sala, o pai de santo teria abaixado as calças e abusado da jovem, conforme o registro policial.

Depois de algum tempo, o pai de santo pediu para que o homem entrasse na sala. Quando entrou, o pai da jovem ouviu o suspeito perguntando insistentemente para a ela: “ainda está doendo a garganta?”.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, nada foi respondido pela jovem.

Já no carro, o pai da vítima perguntou sobre o que ocorreu dentro da sala, momento em que a mulher contou o que havia ocorrido. Nervoso, o homem retornou ao terreiro e matou o pai de santo a tiros.

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