Acontece na tarde desta terça-feira (12) a primeira audiência do caso do duplo feminicídio de Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e de Sophie Eugênia Borges, de 10 meses, encontradas carbonizadas em maio deste ano na região do distrito de Indubrasil. O réu João Augusto de Almeida está presente na audiência de instrução e julgamento.
Uma das primeiras testemunhas de acusação a ser ouvida foi um adolescente, de 17 anos, que trabalhava com o acusado em uma distribuidora de bebidas. Durante o seu depoimento, ele solicitou para o réu sair da sala. Posteriormente, contou que João chegou a oferecer o seu próprio veículo como forma de pagamento para ele ajudar a ocultar os corpos de Vanessa e Sophie.
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“Uns quatro dias antes da morte, ele chegou a oferecer o carro como pagamento para eu ajudá-lo a queimar os corpos”, disse o adolescente.
A testemunha disse que, em certo momento, até chegou a aceitar a proposta de João. “Aceitei o carro no primeiro momento, mas, depois, quando vi que era sério, desisti. Ele me ligou várias vezes para eu ajudá-lo, mas eu não atendi”, relembrou o adolescente.
João, dias antes de cometer o crime brutal, que chocou até os delegados mais experientes de Mato Grosso do Sul, chegou a perguntar se o adolescente conhecia alguém que poderia assassinar mãe e filha.
“Ele chegou em mim e falou se conhecia alguém que fazia ‘corre’. Perguntei ‘Do quê?’. Ele disse ‘Para matar pessoa’. Falei que não”, contou o adolescente.

Imagens mostram assassino colocando fogo nos corpos de mãe e filha
Pelas imagens, é possível ver quando o carro em que estava João Augusto e os corpos de Vanessa e Sophie passa às 21h50 na estrada. O veículo se distancia e, oito minutos depois, um clarão é visto. Este é o momento em que mãe e filha, mortas asfixiadas, têm os corpos carbonizados.
O MPMS ofereceu denúncia contra João Augusto no dia 2 de julho e pediu indenização para a família de Vanessa e Sophie. “Os motivos dos crimes são torpes, pois o acusado matou as vítimas Sophie e Vanessa por, respectivamente, não desejar continuar com suas responsabilidades paternais e pelo ódio vingativo que nutria por Vanessa, decorrente das dificuldades que viviam no relacionamento”.
“Outrossim, a família das vítimas faz jus ao recebimento de indenização por danos morais, pois teve seu estado psicológico afetado, passando por transtornos psíquicos e morais em razão do feminicídio, conforme prevê o artigo 91, inciso I do Código Penal”, fala o MPMS.
Depoimento
O depoimento foi prestado ao delegado Rodolfo Daltro, titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa). João falou sobre o começo do relacionamento entre ele e Vanessa, quando se conheceram em um aplicativo de relacionamento e passaram a morar juntos, com dois meses de namoro.
Quando questionado sobre como era o relacionamento, João disse que era conturbado, que havia muitas brigas, discussões, que era ciumento, e Vanessa não aceitava os pedidos de mudança de comportamento.
Quando Vanessa ficou grávida, João disse ter aceitado a gravidez, mas, depois que Sophie nasceu, ele revelou que passou a ter raiva da filha. Disse ter ódio quando a bebê completou dois meses. “Se eu não tivesse matado ela [Sophie], eu teria doado”.
Apesar de não estar sob efeito de nenhuma droga, João não demonstrou remorso algum pelos crimes. Ele ainda falou que Vanessa queria se separar logo após a bebê nascer, mas ele não aceitava o fim, já que temia que a pensão a ser paga pudesse ter um valor muito alto.
“Ela [Vanessa] disse que ia embora com a pequena e que ia fazer a Sophie me odiar e que, se alguma coisa acontecesse com ela, a bebê ficaria com minha cunhada”, disse João.
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