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Polícia

Antes de matar jornalista a facadas, noivo divulgou fotos e a ameaçou em Campo Grande

Jornalista procurou a delegacia para denunciar injúria e pediu por medidas protetivas
Thatiana Melo - Publicado em
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Nas redes sociais, músico comemorou estar sem fumar, nem beber (Reprodução)

Antes de matar a facadas a jornalista Vanessa Ricartes, de 42 anos, nesta quarta-feira (12), em Campo Grande, o músico Caio do Nascimento Pereira, preso pelo crime, fez ameaças de morte à Vanessa, que procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), para pedir por medidas protetivas.

Na delegacia, Vanessa relatou o horror que vivia com o músico. A jornalista contou que passou a morar com Caio em agosto de 2024, e que ele seria usuário de drogas – cocaína e álcool, sendo que bebia todos os dias, ficando embriagado com frequência. Ainda segundo ela, quando ele ficava embriagado, tornava a convivência deles um terror.

O músico ficava agressivo, andava com o carro em alta velocidade, colocando a jornalista e terceiros em perigo.

‘Homem de Deus’: nas redes sociais, músico divulgava mensagens de fé (Reprodução)

Injúria

Conforme o relato de Vanessa, o noivo fez postagens, sem que ela soubesse e sem sua autorização, de fotos privadas dela no Instagram. 

Nas legendas das fotos publicadas por Caio, ele a injuriou, dizendo que a jornalista seria atriz pornô e que estava em uma plataforma de vídeos adultos com vários codinomes. Conforme o relato de Vanessa, ele usou de subterfúgio para que ela permitisse que ele a fotografasse nua. Segundo ela, o músico teria dito que a jornalista estava com o corpo todo cheio de hematomas. 

Ele também a difamou com mensagens de baixo calão. Um dia antes de ser assassinada, Vanessa foi ameaçada por Caio. A jornalista contou que por volta das 12 horas de terça-feira (11), em um momento que Caio estava ‘chapado’ de drogas disse que iria matá-la.

Ele pegou uma faca e disse à Vanessa: “eu vou me matar, mas você vai junto”. Nisto, ela pediu para que ele deixasse a casa dela, mas ele respondeu que só sairia de lá com a polícia. Ele também a xingou. Ela pediu por medidas protetivas.

Vanessa era conhecida pela excelência onde atuava (Redes Sociais)

11 passagens por violência doméstica

Caio do Nascimento Pereira, feminicida no caso da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, morta a facadas, acumulava 11 registros por violência doméstica. Ele foi preso e levado para a Deam (Delegacia Especializada  de Atendimento à Mulher).

Os boletins de ocorrência de violência doméstica começaram a ser registrados em 2020. Em um dos casos, uma ex-namorada foi parar na Santa Casa depois de ser agredida pelo músico. A ex-namorada agredida teve queimaduras no rosto e braços, o que parecia ser fricção no asfalto.

A filha da vítima na época relatou que a mãe foi agredida pelo seu ex-namorado na casa dele e que teria pego um motorista de aplicativo até sua casa, momento em que o ex-namorado chegou pilotando uma motocicleta logo atrás da vítima. Assim, ela ligou para a polícia e o agressor fugiu do local.

A vítima, na época, contou que o músico era usuário de drogas e muito agressivo, e por conta disso ficou traumatizada e faz tratamento médico devido à gravidade do fato.

Antes de jornalista, outras ex foram agredidas

Uma outra ex-companheira de Caio registrou vários boletins de ocorrência contra ele. Um dos registros foi em 2024, após a separação do casal. Na delegacia, ela disse que conviveu maritalmente com Caio por 1 ano, e que sofria violência psicológica. A mulher havia solicitado medidas protetivas contra o músico.

Em 2023, ele teve outro registro na Deam por violência psicológica contra mulher. Em fevereiro de 2023, a ex-mulher de Caio procurou a Deam depois de ser sistematicamente perseguida  por ele. Na época, ele contou na delegacia que conviveu com o autor por aproximadamente 11 anos, sendo que terminaram o relacionamento há cerca de 2 anos e meio.

Ela ainda contou que o autor não aceitava o término do relacionamento; que mesmo a vítima tendo relacionamento com outra pessoa, o autor ficava querendo saber da sua vida e onde estava morando. O autor a agredia verbalmente, dizendo que ela seria uma ‘criminosa’, ‘péssima mãe’, ‘ser humano deplorável’, ‘doente’ e ‘manipuladora’; e lhe fazendo ameaças, dizendo que a vítima ‘não imagina o que lhe aguardava’.

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