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Polícia

Emocionado, estudante que matou corredora atropelada pede desculpas

Audiência do caso começou às 14h30 e encerrou às 16h15
Layane Costa, Lívia Bezerra -
João Vilela durante uma das audiências do caso. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Emocionado ao fim de seu interrogatório, o estudante de medicina João Vilela, acusado de atropelar e matar a corredora Danielle Correa de Oliveira na MS-010, em , pediu desculpas durante a audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira (10).

A audiência, que começou por volta das 14h30 no Fórum Heitor Medeiros, contou com a oitiva de testemunhas de defesa e o interrogatório de João. Após relembrar o atropelamento ocorrido em 15 de fevereiro deste ano, o estudante se emocionou e pediu desculpas para as vítimas.

“Só queria pedir desculpas para todas as vítimas, porque foi uma tragédia que nunca imaginei na minha vida que eu iria passar. A partir daquele momento, todo dia me lembro e penso na família das vítimas”, falou.

Ao fim de seu interrogatório, por volta das 16h15, João comentou que veio para Campo Grande realizar um sonho, interrompido pela tragédia que mudou toda a sua vida.

“Eu vim para Campo Grande para realizar um sonho, tinha boas referências da Santa Casa, eu vim para ficar seis meses e depois iria para Goiânia. Estava vivendo um sonho da minha vida e aconteceu essa tragédia que mudou toda a minha vida”, finalizou.

Após o fim da audiência, o de defesa de João, José Roberto Rosa, reforçou ao Jornal Midiamax a tese defendida por ele desde o início. “Um ponto importante, João admite que bebeu e eu acredito que a quantidade não é uma quantidade pequena, são seis vasilhames de cerveja long neck. Não há nenhuma tese absoluta, o que a defesa discorda do Ministério Público é que não estamos tratando de homicídio doloso com dolo eventual, estamos tratando de homicídio culposo”, reforçou.

Advogado José Roberto Rosa. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

O advogado de defesa também mencionou que ficou uma dúvida durante o interrogatório sobre o motivo de seu cliente ter parado na MS-010, rodovia onde ocorreu o atropelamento.

Uma das questões analisadas foi que o estudante de medicina, na época do atropelamento, morava há um mês em Campo Grande e o único trajeto conhecido por ele era o de sua residência até a Santa Casa. Portanto, para ir em outros lugares da cidade, ele usava o GPS.

Assim, o José Roberto disse acreditar que o GPS tenha ‘mandado’ o estudante até a rodovia. “O que me sugere isso é que ele digitou o endereço e o aplicativo mandou ele fazer uma rota. Pela fala que me foi trazida pelo João é que esse GPS deu uma rota e ele foi parar em um outro lugar, que nós não imaginar como ele foi chegar até lá. Teve união entre a desatenção dele e a rota do GPS é a única explicação que teve para ele ter ido parar nesse lugar”, falou.

Com o término da fase de audiências, o juiz Aluizio explicou que após 10 dias será decidido se o caso vai a popular. “Após 10 dias da análise pode vir a sentença a qualquer momento”, afirmou.

Estudante falou em ‘desatenção que terminou em tragédia’

Durante a audiência, João Vitor disse que na noite de sexta-feira, horas antes do atropelamento, ingeriu bebida alcoólica, mas não se recorda a quantidade exata.

“Eu bebi só cerveja mesmo, exatas quantos eu tomei não sei, mas ao total foram as seis. Logo depois eu saí, eu estava com algumas fichas e peguei essas fichas [cervejas]. Depois eu fui para o prédio de uma colega nossa, acompanhado de amigos. Lá não foi muito, acredito que foram umas duas latinhas. Fiquei lá até por volta de umas 5h da manhã”, contou.

João Vitor Vilela responde em liberdade desde março. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

O estudante também falou ao magistrado que se distraiu e acabou atingindo Danielle naquela manhã. Logo, ele atribuiu uma desatenção momentânea em relação ao atropelamento.

“Eu atribuo desatenção momentânea que eu tive e ocasionou uma tragédia. Poderia influenciar[o álcool], mas mesmo com e sem, eu acredito que foi mais devido ao cansaço. Estava distraído, não tinha nenhuma sinalização. Em relação às pessoas, cada um estava na sua velocidade, estavam espaçadas, não vi sinalização nenhuma. A vítima não estava no acostamento, andando no lado direito da via”, falou João.

Liberdade do estudante

No dia 11 de março, a Justiça havia negado um pedido de liberdade impetrado pela defesa. Mas o estudante acabou ganhando a liberdade provisória com algumas medidas cautelares.

“Concedo a liberdade provisória para responder ao processo em liberdade, sob o compromisso de comparecer sempre que necessário aos atos do processo, de não mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência sem comunicar ao juízo.

Diante das particularidades do caso, necessária, ainda, a suspensão da habilitação para condução de veículo automotor, proibido o Paciente, sob as penas do art. 312, parágrafo único, do CPP, de dirigir veículo automotor durante o curso do processo e de frequentar bares e estabelecimentos congêneres, onde se promova a venda e consumo de bebidas alcoólicas”, diz a decisão.

Estudante de medicina chorou ao ouvir decisão de prisão

Vídeo da audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de fevereiro, mostra o estudante de medicina aos prantos ao ouvir a decisão do magistrado no Fórum de Campo Grande.

Nas imagens, é possível ver o estudante de cabeça baixa e, quando ouve a decisão do juiz, vai aos prantos. Ele estava embriagado quando dirigia o carro e acabou atropelando Danielle, que treinava para uma maratona com um grupo, na MS-010.

João se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas era visível seu estado de embriaguez. O estudante utilizava uma pulseira de uma casa noturna localizada na Avenida Afonso Pena e, dentro do veículo, foram encontradas latas e garrafas de cerveja.

Estudante em audiência de custódia. (Foto: Leitor Midiamax)

Motorista desorientado

A publicitária Gisele Dias praticava corrida com a vítima, e estava no grupo que treinava na manhã de sábado (15).

“Ele (o motorista embriagado) falava que estava indo para a casa dele, falava que morava em Campo Grande, outra hora ele falava que morava perto da Santa Casa, outra hora falava que morava perto do shopping, e a gente estava indo a Rochedo, estávamos a 7 km de Campo Grande”, detalhou a atleta.

“Ele (o motorista) estava muito distante de onde ele pensava que ele estava indo, totalmente sem noção de qualquer coisa”, completa Gisele.

“Não deveriam ser só crimes hediondos que deveriam ser inafiançáveis. Isso foi um crime hediondo, gente, precisa ser revisto isso. Não dá para a pessoa deliberadamente se embriagar, pegar o carro, sair, atropelar uma pessoa, matar uma pessoa, depois voltar para casa e seguir a vida dele. O rapaz, ele estava extremamente embriagado”, desabafou.

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