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Polícia

Defesa alega ‘fatos antigos’ para prisão de policial penal alvo do Gaeco em Campo Grande

Policial repassava informações para membros da quadrilha
Thatiana Melo -
Operação Blindspot foi deflagrada pelo Gaeco. (Foto: Divulgação)

A defesa do policial penal, Jonathas Wilson Morais Cândido, alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em Mato Grosso do Sul, na Operação Blindspot, em julho deste ano, afirmou ao Jornal Midiamax que a prisão ocorreu por ‘fatos antigos’.

O Mauro Deli disse que se Jonathas não sair na audiência de custódia, deve entrar com pedido de habeas corpus. Sobre a prisão ocorrida nesta quarta-feira (6), Deli disse serem fatos de 2022/2023. “Não se justifica a prisão”, falou. 

Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que o policial foi preso às 5h30 da manhã de quarta (6). Quando da deflagração da operação no dia 9 de julho, contra Jonathas havia somente mandados de busca e apreensão, já que a Justiça havia indeferido o pedido de prisão.

Já nesta quarta (6), o policial penal acabou preso e deve passar por custódia. As circunstâncias da prisão não foram reveladas. O policial em questão é o mesmo que foi alvo de operação deflagrada pelo Gaeco em 2022.

Repassava informações para quadrilha

A quadrilha era investigada por manter uma extensa rede de distribuição de drogas por todo o Brasil. O policial penal investigado por integrar a estaria trabalhando no presídio do regime semiaberto. Ele, que recebe salário de R$ 7.300, conforme o Portal da Transparência, tinha uma amizade íntima com Edimilson Santos Pereira, apontado como um dos líderes da organização.

As investigações sobre a organização criminosa começaram após a apreensão do aparelho celular de Edimilson. Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que os laços entre ele e o policial se iniciaram após a negociação de uma motocicleta. Na ocasião, o servidor se colocou à disposição de Edimilson, tendo ciência da relação dele com o tráfico de drogas.

De dentro do presídio, o policial penal repassava informações sobre sistemas restritos. Em uma das ocasiões, o líder teria pedido que o policial verificasse a ficha de um preso, que estaria lhe devendo cerca de R$ 300 mil. Na época, em dezembro de 2022, o policial enviou uma foto da tela do computador comprovando a consulta solicitada pelo líder da organização criminosa.

Além disso, as investigações do Gaeco revelaram que o policial realizava a checagem de veículos para o chefe da quadrilha. Em 2023, Edimilson teria enviado a foto de uma placa de veículo, pedindo que o servidor fizesse a checagem sobre a propriedade dele. A solicitação foi atendida pelo policial, que inclusive enviou um ‘print’ sobre a consulta feita no sistema.

Em outra ocasião, o policial também teria adquirido munições de arma de fogo — sem autorização — para o líder da quadrilha. Ainda, utilizando de seu cargo, o policial penal repassava informações ao chefe sobre operações policiais. Ele teria enviado fotos de um policial do Gaeco durante cumprimento de mandados.

Operação Blindspot 

Um dos alvos da Operação Blindspot foi preso em Corumbá, com 20 munições calibre .380 intactas, armazenadas em um guarda-roupa em uma casa. Uma pessoa foi conduzida para prestar depoimento. 

Além de , foram cumpridos mandados em Dourados e Ladário. Ao todo, são 37 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão. Em , são alvo os municípios de Caiuá, Campinas, Mairinque, Mirandópolis, São José do Rio Preto, São Paulo e Uberaba (MG).

Investigações

As investigações revelaram a atuação de uma organização criminosa altamente estruturada, com extensa rede de distribuição de drogas, com vários integrantes — incluindo policial penal cooptado — e voltada, principalmente, ao tráfico de cocaína e pasta-base.

A organização criminosa usava diversas estratégias de ocultação, como o acondicionamento dos entorpecentes em estepes e, até mesmo, no interior de cilindros de oxigênio adulterados.

O transporte da cocaína era feito por meio de caminhões usados no transporte rodoviário de cargas, sendo que a logística criminosa se apoiava no aliciamento dos motoristas do setor, que recebiam valores para realizar o transporte clandestino de drogas escondidas entre cargas lícitas.

Cocaína em cilindros

Na época, o motorista disse que seguia de Corumbá, transportando os cilindros de oxigênio, e teria feito ‘um bate e volta’. No entanto, o suspeito apresentou nervosismo excessivo e muita inquietude. Então, os policiais subiram no caminhão para checar a carga, quando perceberam que os cilindros estavam diferentes ao toque, como se houvesse algo dentro.

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