Com uma realidade bem distante do sistema carcerário, onde existe a superlotação e fugas, o sistema prisional federal quer distribuir tablets para detentos dentro dos Presídios Federais de todo país. Mato Grosso do Sul está na lista. O valor da compra dos tablets não foi revelada.
Durante uma rodada de reuniões na semana passada, foi apresentada a proposta da distribuição dos aparelhos para os detentos do sistema em Campo Grande. Conforme informações obtidas pelo Jornal Midiamax, as reuniões não passaram de 30 minutos em todos os plantões para a apresentação do projeto, que foi repudiado pelos policiais penais.

No Presídio Federal de Campo Grande estão: Marcelo Vale – hacker do Banco Central, Adélio Bispo – preso por dar uma facada em Bolsonaro, Marcinho VP – líder do Comando Vermelho, além de Erick Gordão – liderança do PCC.

O presídio ainda tem José Roberto da Compensa – líder da FDN (Família do Norte), Rogério de Andrade – Bicheiro do Rio de Janeiro e Luís Fernando Soares (Perneta) – Líder dos Balas na Cara. Estes são apenas um dos detentos ‘famosos’ encarcerados na Capital.

A proposta foi inicialmente apresentada no sistema carcerário de Rondônia, e foi repudiada também pelos policiais penais. “Quem pode garantir que os presos não terão acesso à internet? É um risco para nós (policiais)”, disse um agente que não quis se identificar.
“Será que as facções criminosas não estão por trás disso? Como vai dar tablet para preso”, disse outro agente que terá sua identidade preservada. O Presídio Federal tem 130 presos com 208 celas, o que seria pelo menos 260 tablets contando com os aparelhos reservas, mas, além disso, teria que mexer na estrutura da penitenciária.
Precisaria mexer na estrutura para que cabos fossem instalados no presídio. E segundo o projeto, que é sigiloso, a tecnologia seria militar, o que leva a crer que não seria um simples tablet entregue aos presidiários.
O Sinppf-MS (Sindicato dos Policiais Penais Federais de Mato Grosso do Sul) se manifestou contra a distribuição de tablets para os presos. Em contato com o Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foi informado ao Midiamax que o objetivo central é justamente aprimorar os mecanismos de controle sobre as pessoas custodiadas. Confira a nota na íntegra:
“O objetivo central é justamente aprimorar os mecanismos de controle sobre as pessoas custodiadas e, ao mesmo tempo, conferir maior efetividade ao trabalho dos Policiais Penais, Especialistas e Técnicos, migrando progressivamente dos esforços operacionais manuais para ações de caráter mais estratégico e intelectual.
Entre os benefícios esperados com a implementação do sistema, destacam-se:
• Diminuição da circulação de pessoas nas áreas de segurança máxima;
• Vistorias de celas mais eficientes e rápidas;
• Substituição de procedimentos manuais e em papel por soluções digitais;
• Redução do número de servidores em atividades burocráticas;
• Maior oferta assistencial com uso racional de recursos humanos;
• Acompanhamento em tempo real das atividades e solicitações realizadas.
Ou seja, a segurança será fortalecida e aprimorada. O projeto encontra-se atualmente em fase de estudo de viabilidade, com consultas em andamento junto aos servidores das unidades prisionais, conduzidas por equipe técnica da SENAPPEN. A construção é coletiva e orientada pela realidade concreta das rotinas e desafios da execução penal”.
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