Pular para o conteúdo
Polícia

Corregedoria da UFMS irá apurar estupro cometido por professor contra aluna em Campo Grande

Aluna foi estuprada durante uma festa
Thatiana Melo -
ufms
Entrada da UFMS em Campo Grande (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

A Corregedoria da (Universidade Federal de ) irá apurar os fatos que implicaram um professor condenado por estuprar uma aluna durante uma festa acadêmica. A jovem na época com 22 anos estava dormindo em um dos quartos da casa quando foi abusada pelo professor.

De acordo com a UFMS, na época do crime, em 2016, não foi aberto um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) para apurar a denúncia feita  pela acadêmica por “não estar claro o suficiente os indícios de ilícitos cometidos”. A aluna estava embriagada quando foi estuprada. 

Em nota, a UFMS disse que: “Mediante a sentença proferida pela Justiça Estadual, a reitoria da UFMS determinou no dia de hoje, com base em parecer da sua Procuradoria Federal, a revisão do ato administrativo exarado em agosto de 2016, que havia definido pela não apuração dos fatos pela UFMS. A Corregedoria realizará o procedimento para a completa apuração de responsabilidade do servidor”.

Estuprada em festa acadêmica

“Foi muito sofrido, mas estou aliviada porque existe Justiça”. Esse é o desabado da agora ex-acadêmica da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que foi estuprada pelo seu próprio professor e orientador durante festa em uma república.

Ele foi condenado nesta semana a 8 anos de prisão em regime semiaberto, 9 anos após cometer o crime, pela juíza May Melke Amaral Siravegna. O autor também deverá pagar uma indenização de R$ 30 mil por danos morais. A decisão é em primeira instância, ou seja, cabe recurso. Enquanto isso, o professor segue dando aulas na UFMS.

A aluna, na época com 22 anos, estava dormindo em um dos quartos da república quando foi abusada pelo professor. Durante a festa, a aluna ingeriu bebidas alcoólicas e começou a passar mal.

Nisto, amigas que já tinham percebido um comportamento estranho do professor, que durante a confraternização passava as mãos pelo corpo da vítima, visivelmente embriagada, foram ao socorro da jovem, a levando para um dos quartos da casa para que ela pudesse descansar.

No entanto, o professor foi atrás e, ao perceber que a acadêmica estava no cômodo sozinha, entrou e trancou a porta. Uma das amigas percebeu a ausência do professor e foi atrás da amiga no quarto, quando viu que a porta estava trancada.

Ela chamou as amigas, que começaram a bater. O professor saiu em seguida. Quando entraram no quarto, a jovem estava chorando desorientada e sem as roupas íntimas. As amigas deram banho na vítima e perguntaram se lembrava do que havia ocorrido, e ela dizia que não.

“Eu não queria acreditar no que havia ocorrido comigo”, disse a mulher, que hoje está com 31 anos. Para o Midiamax, ela contou que após tanta exposição, já nem acreditava mais que seria feita Justiça.

“Depois de tantos anos a Justiça chegou”. Ela contou ainda que na época pensou em desistir de processar o autor do crime, mas que teve apoio de outros professores e amigos.

Professor ‘da galera’

O professor é considerado ‘da galera’ na faculdade. Segundo Kezia Gomes de Miranda, advogada da vítima, as alunas relataram que ele seria o ‘típico esquerdomacho’. “É aquele tipo que abraça, beija, dá carona, tem relacionamento aberto. Com isso, ele vai ganhando espaço, tentando se aproximar dos jovens e das meninas”, contaram as testemunhas.

Logo depois do crime, já no dia seguinte, o professor passou a mandar várias mensagens marcando um encontro com a jovem porque precisava conversar. Neste encontro em um estacionamento de uma lanchonete, o professor disse para a aluna tomar pílula do dia seguinte, mas enfatizou que não havia praticado conjunção carnal.

“Fiquei sem acreditar no que estava acontecendo. Era uma pessoa em que eu confiava”, disse a mulher. Na época do encontro com o professor no estacionamento, ela teria dito a ele que estava inconsciente e que ele se aproveitou. Tudo negado pelo autor.

A vítima procurou a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para denunciar o caso. “Passaram ‘pano’ para o professor e não fizeram nada”, conta. Depois do crime, ela se mudou de cidade e anos depois de país.

“Até hoje faço terapia e é difícil até para eu me relacionar com outras pessoas. Fica um trauma muito grande”, finaliza.

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Motorista de Fusion envolvido em acidente com morte de motociclista em Três Lagoas estava com CNH vencida

MPMS investiga armazenamento irregular de agrotóxicos em propriedade rural de MS

hospital regional

Com câncer raro, mulher espera por oncologista há cinco dias no Hospital Regional

Jornalista da GloboNews presta homenagens a publicitário campo-grandense

Notícias mais lidas agora

bolsonaro

‘Hora de colocar a cara’: políticos de direita se manifestam sobre ato pró-Bolsonaro em MS

Morre idosa atropelada na Avenida Duque de Caxias em Campo Grande

Governo dos Estados Unidos revoga vistos de Moraes e mais 7 ministros do STF

Funsat

Programe-se: semana começa com 2,5 mil vagas de emprego na Funsat

Últimas Notícias

Esportes

Fifa estuda acabar com rebotes de pênaltis e ampliar a atuação do VAR antes da Copa de 2026

Existe também um apoio crescente da cúpula da Fifa e do Ifab em ampliar o escopo de atuação do VAR

Mundo

Mais de 30 pessoas morrem em naufrágio de barco turístico no Vietnã

ã. Até agora, socorristas locais encontram 34 corpos e socorreram 11 pessoas com vida

Esportes

Operário vence Monte Azul, mas fica longe de classificação na Série D

Galo precisava de combinação de resultados para seguir na competição

Cotidiano

Projeto social distribui agasalhos e sopão solidário neste domingo no Jardim Noroeste

Ação será realizada pelo projeto social Tocar a Fúria do Tigre