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Polícia

Conversas flagradas em celular causaram prisão de policial penal em Campo Grande

Policial foi alvo de outra operação em 2022
Thatiana Melo -
Operação Blindspot foi deflagrada pelo Gaeco. (Foto: Divulgação)

Conversas extraídas do celular do policial penal Jonathas Wilson Morais Cândido foram determinantes para a prisão do agente pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), depois da Operação Blindspot, em julho deste ano. Jonathas já havia sido alvo de outra operação em 2022.

O policial foi apontado por investigações como o elo entre a quadrilha que transportava em cilindros de ar. Ele repassava informações para membros da quadrilha. Quando da deflagração da operação no dia 9 de julho, contra Jonathas havia somente mandados de busca e apreensão, já que a Justiça havia indeferido o pedido de prisão.

Ele foi preso na quarta-feira (6), às 5h30. O policial continua preso e, segundo a defesa, será pedida a substituição da prisão por afastamento da função policial e outras medidas cautelares; caso haja indeferimento, o Mauro Veiga deve impetrar habeas corpus.

“O teor das conversas não teria tanta importância e não seria suficiente para decretar a prisão preventiva de qualquer pessoa. No entanto, sobre ele recai o fardo de ser policial penal, cuja função é incompatível com essas conversas, na visão do juízo”, disse o advogado.

Repassava informações para quadrilha

A quadrilha era investigada por manter uma extensa rede de distribuição de drogas por todo o Brasil. O policial penal investigado por integrar a quadrilha estaria trabalhando no presídio do regime semiaberto. Ele, que recebe salário de R$ 7.300, conforme o Portal da Transparência, tinha uma amizade íntima com Edimilson Santos Pereira, apontado como um dos líderes da organização.

As investigações sobre a organização criminosa começaram após a apreensão do aparelho celular de Edimilson. Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que os laços entre ele e o policial se iniciaram após a negociação de uma motocicleta. Na ocasião, o servidor se colocou à disposição de Edimilson, tendo ciência da relação dele com o tráfico de drogas.

De dentro do presídio, o policial penal repassava informações sobre sistemas restritos. Em uma das ocasiões, o líder teria pedido que o policial verificasse a ficha de um preso, que estaria lhe devendo cerca de R$ 300 mil. Na época, em dezembro de 2022, o policial enviou uma foto da tela do computador comprovando a consulta solicitada pelo líder da organização criminosa.

Além disso, as investigações do Gaeco revelaram que o policial realizava a checagem de veículos para o chefe da quadrilha. Em 2023, Edimilson teria enviado a foto de uma placa de veículo, pedindo que o servidor fizesse a checagem sobre a propriedade dele. A solicitação foi atendida pelo policial, que inclusive enviou um print sobre a consulta feita no sistema.

Em outra ocasião, o policial também teria adquirido munições de arma de fogo — sem autorização — para o líder da quadrilha. Ainda, utilizando de seu cargo, o policial penal repassava informações ao chefe sobre operações policiais. Ele teria enviado fotos de um policial do Gaeco durante cumprimento de mandados.

Operação Blindspot 

Um dos alvos da Operação Blindspot foi preso em Corumbá, com 20 munições calibre .380 intactas, armazenadas em um guarda-roupa em uma casa. Uma pessoa foi conduzida para prestar depoimento. 

Além de Corumbá, foram cumpridos mandados em Dourados e Ladário. Ao todo, são 37 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão. Em São Paulo, são alvo os municípios de Caiuá, Campinas, Mairinque, Mirandópolis, São José do Rio Preto, e Uberaba (MG).

Investigações

As investigações revelaram a atuação de uma organização criminosa altamente estruturada, com extensa rede de distribuição de drogas, com vários integrantes — incluindo policial penal cooptado — e voltada, principalmente, ao tráfico de cocaína e pasta-base.

A organização criminosa usava diversas estratégias de ocultação, como o acondicionamento dos entorpecentes em estepes e, até mesmo, no interior de cilindros de oxigênio adulterados.

O transporte da cocaína era feito por meio de caminhões usados no transporte rodoviário de cargas, sendo que a logística criminosa se apoiava no aliciamento dos motoristas do setor, que recebiam valores para realizar o transporte clandestino de drogas escondidas entre cargas lícitas.

Cocaína em cilindros

Na época, o motorista disse que seguia de , transportando os cilindros de oxigênio, e teria feito ‘um bate e volta’. No entanto, o suspeito apresentou nervosismo excessivo e muita inquietude. Então, os policiais subiram no caminhão para checar a carga, quando perceberam que os cilindros estavam diferentes ao toque, como se houvesse algo dentro.

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