Os ciclos de combate a incêndios no Pantanal já distribuíram R$ 870 mil aos bombeiros convocados em Mato Grosso do Sul para o combate em pelo menos sete cidades do Estado. Denúncia do Midiamax desmobilizou convocações de bombeiros, que estavam recebendo diárias sem viajar para combate a incêndios.
As verbas seriam estaduais e foram empenhadas em dois ciclos, sendo um deles de 6 de maio a 23 de maio deste ano; 74 bombeiros foram convocados, recebendo cada um o valor de R$ 5 mil pelo ciclo de combates a incêndios florestais.
Já o outro ciclo, de 20 de maio a 6 de junho deste ano, convocou 100 militares para o combate. As cidades do ciclo eram Corumbá, Bonito, Costa Rica, Nova Casa Verde, Bela Vista, Cassilândia e Porto Murtinho. Portanto, em 30 dias, foram pagos R$ 870 mil.
Neste último ciclo, ao menos três bombeiras que foram convocadas para o combate, na cidade de Corumbá, não viajaram. Elas foram vistas na Capital, trabalhando no quartel Costa e Silva e apagando incêndio em um terreno, na Avenida Gury Marques, enquanto deveriam estar na Cidade Branca.
Desmobilização de bombeiros
Informações obtidas pelo Midiamax indicam que, após a publicação da matéria, havia sido determinado que cada comandante retirasse da lista de convocação pelo menos dois militares, mas, logo depois, foi determinada a volta dos bombeiros.
Como justificativa, foi dado o quadro climático atual para o deslocamento de volta dos militares. “Todas as GCIFs regionais [CMB e interior] serão desmobilizadas a partir de hoje [dia 28]”. Ainda segundo informações obtidas pelo Midiamax, as diárias recebidas serão canceladas a partir desta quinta-feira (29), sendo feito o processo de estorno.
Bombeiras recebendo diárias sem viajar
A 3ª sargento Daniela, Sinaya e a cabo Samya, que estão na lista de convocados para a temporada de incêndios, deveriam ter saído de Campo Grande no dia 20 de maio, com retorno para o dia 6 de junho, conforme escala dos bombeiros, mas permaneceram na Capital. Pelo período de convocação, as três militares receberiam o valor de R$ 5 mil cada uma.
A cabo Samya foi flagrada nesta segunda-feira (26) no quartel da Costa e Silva, andando e conversando pelo local quando deveria estar em Corumbá, pela lista de convocação. Já a bombeira Sinaya estava na tarde de segunda (26) combatendo fogo, em um terreno na região da Avenida Gury Marques, enquanto a 3ª sargento Daniela estava na base do Parque das Nações Indígenas.
Na lista de convocações, estão 84 militares que saíram de Campo Grande para Corumbá. Já de Corumbá com destino a Bonito, cinco militares foram convocados. De Campo Grande para Cassilândia, três militares foram convocados.
No total, 100 bombeiros foram convocados para atuar nas cidades de Porto Murtinho, Bela Vista, Costa Rica e Nova Casa Verde. Conforme informações obtidas pelo Midiamax, pelos 15 dias de convocação, cada militar receberia o valor de R$ 5 mil cada um, o que seria um valor total de R$ 500 mil.
Denúncia no MPMS
Uma denúncia no MPMS (Ministério Público Estadual) foi feita no dia 25 deste mês sobre o recebimento de diárias pelas militares que continuam em Campo Grande, sem deslocamento. A denúncia:

“Informo que o Corpo de Bombeiros Militar está empenhando ações de prevenção, preparação e resposta aos trabalhos atinentes aos Incêndios Florestais. Devido isso militares são escalados conforme o Ciclo 4 – 20.05.2025 a 06.06.2025, estão destinados 84 (oitenta e quatro) militares para a cidade de Corumbá, mas infelizmente não vão todos sendo distribuídos conforme o Diretor de Proteção Ambiental (DPA), Coronel Rampaso, determina.
Os militares são distribuídos de forma injusta, pois existem militares privilegiados pelo Comandante Geral e o Subcomandante que é Diretor do DPA.
A CB SAMYA permanece na cidade de Campo Grande não deslocando para Corumbá e faz os serviços diários administrativos e o pior de tudo isso, recebendo diária como se tivessem na missão. Estava no quartel da Costa e Silva no dia 22 de maio de 2025, na guarnição de incêndio, comprovando mais uma vez que não se deslocou para Corumbá.
A CB SAMYA trabalha no Gabinete do Comandante Geral, como assessora de redes sociais, devido isso tem todos os privilégios e regalias e um sendo é participar dessa missão e recebendo diárias sem se deslocar.
O próprio SubComandante Geral informou para que os militares pudessem participar dessa missão devem tirar serviço operacional e ter feito o teste de aptidão física, mas a mesma não tira serviço operacional, com isso não cumprem a regra por ser protegida.
Os militares que realmente estão na linha de frente em Corumbá lutando pelo meio ambiente e cumprindo a missão vê essa situação e ficam desmotivados, pois estão longe da suas famílias e da sua casa e quanto essa militar está dorme todo dia na sua casa e recebendo diária. Esse período do ciclo a diária conforme ANEXO I DO DECRETO Nº 16.536, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2024, valor de R$ 300 (trezentos reais). Conforme o ciclo, são 17 (dezessete) diárias chegando no valor de R$ 5.100,00 (cinco mil e cem reais).”
O Jornal Midiamax entrou em contato com o Governo do Estado e com o Corpo de Bombeiros para saber se o caso está sendo investigado, mas, até a publicação da matéria, não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
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