Anderson Aparecido, de 41 anos, autor do feminicídio contra a ex-mulher, a professora Cinira de Brito, de 44 anos, chegou a deixar uma “carta” antes de cometer o assassinato e tentativa de suicídio, em Ribas do Rio Pardo, a 86 quilômetros de Campo Grande, no final da tarde desta quinta-feira (31). Cinira é a vigésima vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul.
A “carta” em questão é um longo texto que o autor postou em grupos de WhatsApp de moradores da cidade. Intitulada por ele como “carta aberta”, Anderson fez diversas acusações por infidelidade contra a vítima e outras pessoas e ressalta várias vezes que iria cometer o crime. Mesmo com as postagens no grupo, não foi possível impedir o feminicídio. As informações em relação ao horário das postagens e o crime são apuradas pela polícia.
Cinira foi morta com cinco facadas, sendo atingida nas duas pernas e abdômen. Após matar a ex, ele tentou tirar a própria vida, ingerindo veneno e desferindo facadas no próprio corpo.
O crime aconteceu dentro da casa da vítima. A PM (Polícia Militar) foi acionada para o local e uma equipe da Polícia Civil também está a caminho para apurar os fatos. O delegado Felipe Braga informou que o casal havia se separado recentemente.
O suspeito foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), encaminhado ao hospital e transferido em vaga zero para Campo Grande. A vítima trabalhava com professora em Ribas do Rio Pardo.
Mato Grosso do Sul atinge a marca de 20 feminicídios em 2025
Nesta quinta-feira (31), um dia antes de iniciar o mês do Agosto Lilás, voltado à conscientização sobre a violência de gênero em suas diversas modalidades, o Estado contabiliza 20 feminicídios. Antes de Cinira, a última vítima assassinada foi Juliete Vieira, de 35 anos. Ela morreu com uma facada no pescoço desferida pelo irmão, Edivaldo Vieira, de 41 anos, em Naviraí.
Confira a lista de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul:
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
Rose (Costa Rica) – 27 de junho
Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
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