Durante a prisão do autor do 15º caso de feminicídio em Mato Grosso do Sul, Lourenço de Xavier, de 54 anos, afirmou que a motivação do crime teria sido duas discussões que teve anteriormente com a vítima. Eliana Guanes, de 59 anos, teve o corpo incendiado, não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada na Santa Casa de Campo Grande.
O feminicida foi preso no mesmo dia por equipes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) enquanto se escondia em uma fazenda vizinha, após fugir da cena do crime, ocorrido na Fazenda São Paulino, onde ambos trabalhavam. Conforme o boletim de ocorrência, o autor estava dormindo em um alojamento usado por trabalhadores rurais, mas não ofereceu resistência à prisão.
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No depoimento prestado à polícia, Lourenço confirmou ter jogado gasolina sobre Eliana e ateado fogo utilizando um cigarro aceso. Ele negou ter um relacionamento afetivo com a vítima e informou que a motivação teria sido uma discussão entre ele e Elaina, no dia do crime e em situações anteriores.
O caso está classificado como feminicídio, uma vez que a motivação envolve o menosprezo à condição de mulher da vítima. É importante destacar que esse tipo de crime não exige, necessariamente, a existência de uma relação amorosa ou familiar entre autor e vítima. O delegado Filipe Araújo Izidio Pereira, responsável pela investigação, ressaltou os elementos que caracterizam o crime.
“Mesmo sem relação íntima ou familiar, o crime motivou-se pelo menosprezo à condição de mulher da vítima. Isso que caracteriza o feminicídio”, destacou o delegado em entrevista ao Diário Corumbaense.
A Polícia Civil confirmou que Lourenço possui antecedentes por ameaça, furto e violência doméstica. Ele foi preso em flagrante, e o pedido de prisão preventiva deve ocorrer após audiência de custódia.
15º feminicídio em MS
A vítima é Eliana Guanes, de 59 anos, que teve o corpo incendiado na tarde de sexta-feira (6) na região da Nhecolândia, em Corumbá. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada na Santa Casa de Campo Grande.
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O autor, Lourenço Xavier, de 54 anos, que fugiu do local após o crime, foi preso por equipes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) horas depois. Vítima e feminicida trabalhavam juntos em uma fazenda.
Conforme apurado pelo portal Diário Corumbaense, Eliana foi transportada em um avião até Campo Grande, por equipes do Grupamento de Operações Aéreas e Unidade de Resgate e Suporte Avançado do Corpo de Bombeiros Militar da Capital, mas chegou à Santa Casa sem sinais vitais. O óbito foi confirmado às 23h30. Eliana sofreu queimaduras de 2º e 3º graus e teve 90% do corpo atingido após Lourenço jogar gasolina e atear fogo. O autor tem passagens por furto, ameaça e violência doméstica.
Em entrevista ao Diário Corumbaense, o delegado Filipe Araújo Izidio Pereira informou que áudios e informações iniciais recebidas indicam que Lourenço propôs um relacionamento à Eliana, mas ela recusou.
“Ela não aceitou e, por esse motivo, ateou fogo nela. Por esse menosprezo ao gênero da mulher, à condição de mulher, o crime se enquadra, sim, como feminicídio, apesar de não haver relação íntima e familiar entre eles”, explicou o delegado.
Feminicídios registrados em MS em 2025
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
- Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
- Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
- Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
- Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
- Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
- Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
- Vanessa Eugênio Medeiros e a filha dela, Sophie Eugênio Borges (Campo Grande) – 28 de maio
- Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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