Um verdadeiro arsenal com armas e muita munição foi apreendido pela Polícia Federal na Operação Rastro Cirúrgico, contra fraudes no SUS (Sistema Único de Saúde) na Prefeitura de Selvíria, deflagrada na manhã desta terça-feira (12).
A PF cumpriu 13 mandados em Selvíria, Aparecida do Taboado e São José do Rio Preto (SP). Dos seis pedidos da cidade investigada, um deles era do secretário Municipal de Saúde, Edgar Barbosa dos Santos.
Assim, no cumprimento dos mandados, a polícia fez apreensões. Um dos locais possuía um arsenal com diversos tipos de armas e munições. Entretanto, a PF não divulgou se o proprietário era CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e se estava em dia com as autorizações.
Cerca de 20 armas, como rifles, espingardas, revólveres e pistolas semiautomáticas, acabaram apreendidas pela PF. Munições, cartuchos e apetrechos de armas, como lanternas e miras, também ficaram sob poder da PF.

Operação Rastro Cirúrgico
A operação deflagrada pela PF visa reprimir crimes de peculato, desvio de recursos públicos e fraude em licitações envolvendo verbas do SUS. O secretário de Saúde e outros servidores implicados acabaram afastados dos cargos.
Além do afastamento, a PF pediu o bloqueio e sequestro de R$ 5 milhões em bens de cada um. A investigação iniciou com a notícia de irregularidades no CEM (Centro de Especialidades Médicas) de Selvíria.

Cirurgias falsas pagas pelo SUS
A Polícia Federal identificou indícios de inexecução contratual, assim como superfaturamento na Ata de Registro de Preço e nos respectivos contratos administrativos e ausência de comprovação de realização de procedimentos cirúrgicos pagos pela prefeitura.
Identificou, igualmente, a existência de múltiplos contratos administrativos, alguns deles sem publicação nos sites de transparência, contendo objetos idênticos, vigência simultânea e mesmas partes contratantes.
Desse modo, ocorria a multiplicidade de pagamentos por um mesmo procedimento cirúrgico e serviço médico contratado. A PF também verificou que uma das clínicas médicas contratadas não existia de fato.
As penas pelos crimes podem chegar a 33 anos. Durante a ação, carros e motos de luxo, armas e pedras preciosas acabaram apreendidos.

Busca e apreensão em três municípios
Todas as medidas foram deferidas pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, após representação conjunta, formulada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul.
A competência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região se deu em razão da existência de indiciado com foro por prerrogativa de função neste tribunal.
Dos 13 mandados de busca e apreensão, seis foram cumpridos em Selvíria, 3 em Aparecida do Taboado e 4 no município de São José do Rio Preto (SP).
Operação da PF
O nome da operação faz alusão à ausência de vestígios/rastro que os procedimentos cirúrgicos contratados deveriam deixar, como seus prontuários médicos e utilização de ‘sala suja’ hospitalar. Entretanto, no caso, não deixaram, diante da reiterada inexecução contratual atestada por auditorias e inspeções técnicas.
Ao final das investigações, os envolvidos podem responder pelos crimes de peculato, apropriação e desvio, fraude em procedimento licitatório, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas somadas podem variar de 10 a 33 anos de reclusão.

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