A arma usada pelo homem que tentou matar a ex-mulher, uma assistente educacional, nesta quinta-feira (29), em Campo Grande, no bairro Aero Rancho, comprou a pistola na cidade de Bela Vista, de uma pessoa conhecida por ‘Julião’.
Na casa do autor, os policiais encontraram mais 78 munições. Quando preso, ele confessou o crime, dizendo que não aceitava o fim do relacionamento de três anos, sendo de casamento 1 ano e 3 meses. A mulher passou por cirurgia na Santa Casa, onde permanece internada.
Conforme o filho da assistente educacional, toda vez que a mãe tentava a separação era um ‘inferno’. “Ele perseguia ela e por isso esperou viajar para conseguir fugir dele”, disse o rapaz, que ainda relatou que no ano passado a mãe teria registrado um boletim de ocorrência contra o autor.
Segundo o rapaz, o autor tem outras duas ex-mulheres que registraram boletins de ocorrência contra ele. Inclusive, uma das mulheres teria registrado três boletins de ocorrência contra o autor.
Não deixava nem trabalhar
O rapaz ainda relatou ao Midiamax que o ex-marido de sua mãe não a deixava trabalhar. “Ela cansou de viver em uma gaiola, feito pássaro”, disse o rapaz.
“Ele tem de pagar para que outras famílias não sejam destruídas por homens que não são homens, e sim monstros”, afirmou o rapaz.
Tentativa de feminicídio
“Ela fugiu da minha casa e estava sacaneando comigo”, disse Marco Antônio, de 58 anos, que tentou matar a tiros a assistente educacional, no início da tarde desta quinta (29). Nas imagens, o autor responde perguntas feitas por policiais.
Antes do crime, um vídeo mostra o momento em que Marco sequestra a ex-mulher no Jardim Centenário. Em outro vídeo, já no posto de gasolina no bairro Aero Rancho, a vítima e o suspeito chegam ao estacionamento do local e descem do veículo. Em seguida, a mulher foi ao banheiro e o suspeito foi atrás, permanecendo na janela com um aparelho celular e gritando com a mulher.
Minutos depois, ela saiu do banheiro e foi até o carro, momento em que o homem começou a efetuar os disparos com uma pistola imbel 280. Dois tiros atingiram a vítima nas costas.
Segundo a delegada Analu Ferraz, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a mulher correu, caiu ao chão, mas o suspeito continuou a fazer os disparos. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para atendimento médico. O autor foi abordado depois na Avenida Bandeirantes, região do Guanandi, e preso em flagrante.
A informação é de que a vítima foi atingida com ao menos dois tiros nas costas e levada em estado grave à Santa Casa, onde foi direto ao centro cirúrgico. Caso foi registrado como tentativa de feminicídio.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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