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Polícia

Acusado de matar Leo Veras, ‘Cachorrão’ reaparece e diz que deputado pediu US$ 20 mil após assassinato

‘Cachorrão’ está foragido e deu entrevista a uma rádio na fronteira
Marcos Morandi -
Jornalista Léo Veras (arquivo pessoal)
Jornalista Léo Veras. (arquivo pessoal)

O caso do jornalista Leo Veras, assassinado em fevereiro de 2020, volta a repercutir na com . Waldemar Pereira Rivas, conhecido como ‘Cachorrão’, pronunciou-se, negando ter matado ou ordenado o assassinato do jornalista. 

O pronunciamento de ‘Cachorrão’ ocorreu no programa ‘Un Dia Más’, de Pedro Juan Caballero, na Rádio América, para o jornalista Aníbal Gomes Caballero, na segunda-feira (4). No programa, ele afirmou que tem um arquivo em pendrive que comprovaria sua . “Se provarem que sou culpado, que me condenem à prisão perpétua”, disse Pereira. 

Ele ainda disse que o deputado Santiago Benítez (ANR) havia lhe pedido US$ 20 mil para divulgar as imagens que o inocentariam do assassinato, mas outros interessados lhe pagaram mais para culpá-lo pelo crime. “Todos sabem quem matou Leo Veras, mas me culpam por tudo”, disse. 

“O problema do deputado com o governador de Amambay é uma questão política, mas me colocaram no meio disso”, afirmou ‘Cachorrão’. O criminoso solicitou que, para se entregar, seu caso fosse julgado em Assunção e que ele fosse levado a um promotor que não quisesse simplesmente condená-lo. 

Ele também solicitou prisão na Turma Especializada, pois sua cabeça estava a prêmio, conforme afirmou. ‘Cachorrão’ negou ainda ter qualquer outra ligação ou relacionamento com o atual deputado. Leo Veras era jornalista e dono de um veículo de jornal que noticiava a situação na fronteira entre Pedro Juan Caballero e .

Leo Veras foi assassinado em 12  de fevereiro de 2020, com 12 disparos,  enquanto jantava com a família em sua casa, no Bairro Jardín Aurora, onde três pistoleiros chegaram em um Jeep.

Na época do crime, ‘Cachorrão’, segundo a Rádio América, ocupava o posto de ‘chefe de disciplina’ do PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira. Durante as investigações, foi dito que ele teria fornecido o Jeep Renegade, e os pistoleiros atacaram o jornalista em sua própria casa.

A matéria que supostamente levou à morte de Leo mencionava o líder do PCC, o paraguaio Ederson Salinas Benítez, conhecido como ‘Ryguasu’, que, em decorrência dessa informação, foi impedido de ser libertado enquanto estava preso do lado brasileiro. 

A acusação do Ministério Público menciona que ‘Cachorrão’ fazia parte de uma facção liderada por ‘Ryguasu’ e pelo também falecido Marcio Ariel Sánchez Giménez, conhecido como ‘Aguacate’, que, por sua vez, reportava-se diretamente ao então chefe da fronteira, Sergio de Arruda Quintiliano Netto, conhecido como Minotauro.

Juízes que inocentaram ‘Cachorrão’ podem ser suspensos

Em abril do ano passado, o JEM (Júri de Acusação de Magistrados) abriu os procedimentos de acusação de três juízes que libertaram ‘Cachorrão’ pelo assassinato do jornalista Leo Veras. Segundo a denúncia, as magistradas Carmen Elizabeth Silva Bóveda, Ana Graciela Aguirre Núñez e Mirna Carolina Soto González, integrantes do Tribunal de Sentenças da Comarca de Amambay devem responder pela absolvição de Waldemar.

Isso porque as três juízas assinaram sentença em que inocentam o criminoso, que já estava preso e pertence ao PCC. Ele saiu pela frente do tribunal paraguaio e desapareceu.

Entretanto, após revisão de Waldemar Pereira Rivas, a Justiça decidiu anular a sentença e ele voltou ao banco de réus. Já em 24 de fevereiro, a Justiça anulou a decisão que determinou a sua absolvição pela morte do jornalista.

Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato.

‘Cachorrão’ saiu pela porta da frente do Tribunal de Sentença. (Foto: Reprodução, Polícia Nacional)

Descaso nas investigações

Recentemente, a morte do jornalista Leo Veras voltou a ser questionada, pelo descaso das autoridades paraguaias. O consórcio jornalístico Forbidden Stories, em parceria com o OCCRP (Projeto de Investigação sobre e Corrupção, na sigla em inglês), obteve documentos dessa investigação que mostram uma série de negligências.

Segundo o Consórcio, pedidos de cooperação dos agentes brasileiros foram ignorados, e evidências, descartadas. Cintia González tem convicção de que a morte de Léo aconteceu por ele ter investigado o crime organizado, em especial o PCC.

Um dos líderes da facção, o ‘Minotauro’, é suspeito de encomendar, da prisão, a morte de Veras, segundo documentos oficiais que o Forbidden Stories obteve. Já ‘Cachorrão’ teria executado o crime.

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