‘Você matou meu filho’: Mulher grita com Marcelo Rios durante julgamento e defesa pede anulação

A mulher que acusa Marcelo Rios é mãe do guarda municipal Fred Brandão dos Reis, encontrado morto em abril de 2019

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Marcelo Rios. (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

Terezinha Brandão dos Reis interrompeu o depoimento de Marcelo Rios, um dos réus pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’. Com isso, a defesa, representada pelo advogado Márcio Widal, pediu a anulação do julgamento na tarde desta terça-feira (17), em Campo Grande. 

A mulher é mãe do guarda municipal Fred Brandão dos Reis, que morreu em abril de 2019, onze dias após a morte de Matheus Coutinho Xavier. 

No plenário do Tribunal do Júri, enquanto Rios respondia às perguntas da defesa, os jurados e o público foram surpreendidos pela mulher. “Você matou meu filho, você deu um tiro na boca do meu filho”, acusou Terezinha aos gritos.

Ao se deparar com a situação, o réu ainda questionou, emocionado: “Meu Deus! Que processo que eu dei tiro na boca de alguém?” Em seguida, policiais retiraram a mulher do plenário e a levaram para a delegacia.

Assim, os militares devem registrar um boletim de ocorrência de perturbação de sossego. Terezinha também está proibida de assistir ao restante do julgamento.

Pedido de anulação

Logo após, a defesa de Marcelo Rios pediu para registrar a situação em ata e ainda pediu a anulação do júri popular. Contudo, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se opôs ao pedido e o Juiz de Direito, Aluizio Pereira, decidiu manter o julgamento.

No entanto, a sessão foi suspensa por alguns minutos antes de encerrar o interrogatório. Jamil Name – que morreu na Penitenciária Federal de Mossoró -, Jamil Name Filho, Marcelo Rios, Rafael Antunes, José Moreira – que morreu em troca de tiros no Rio Grande do Norte -, Juanil Miranda e Everaldo Monteiro de Assis são réus pela morte de Marcel Colombo.

Para Terezinha, o grupo ainda seria responsável pelo assassinato de seu filho, o guarda municipal Fred Brandão. Por isso, desde segunda-feira (16), ela acompanhava o júri popular para pedir a reabertura do inquérito.

‘Queriam levar meus filhos’

Eliane Benitez, ex-mulher de Rios, prestou depoimento nesta terça (17) e chorou ao relatar os dias que passou na delegacia do Garras, quando da deflagração da Operação Omertà, em 2019. “Queriam me levar, tudo bem, mas meus filhos?”, disse Eliane aos prantos no plenário do júri. 

Primeiro dia de julgamento

No plenário, prestaram depoimento, na segunda-feira (16), os delegados Tiago Macedo e João Paulo Natali Sartori, bem como o investigador de polícia, Giancarlos de Araújo e Silva, testemunhas de acusação. Das testemunhas de Jamil Name Filho arroladas pela defesa, apenas Marcelo Oliveira compareceu e respondeu às perguntas dos jurados. 

Rios teria recebido R$ 50 mil para matar ‘Playboy da Mansão’ dentro de cadeia

Macedo disse que Marcelo Rios, o ex-guarda municipal, recebeu R$ 50 mil para matar Marcel Colombo dentro da cadeia, depois da prisão de ‘Playboy da Mansão’ por descaminho. Mas como não conseguiu matar dentro da cadeia, teve de fazer o ‘serviço’ quando Marcel foi solto.

“A organização mata os pistoleiros que fazem cagada”, disse o delegado. Ainda segundo o delegado, o contador Elton Pedro, que também fazia levantamento de informações para a família Name, teria pesquisado sobre a vida de ‘Playboy da Mansão’.

Público que acompanha o julgamento na tarde desta terça-feira no Fórum de Campo Grande. (Foto: Ana Laura Menegat, Jornal Midiamax)

‘Playboy de Mansão’

A denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) relata como foi planejado e executado o crime. Naquela ocasião, Marcel estava em uma cachaçaria, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando foi atingido pelos disparos.

Ainda segundo o MPMS, Juanil executou o crime, com auxílio de Marcelo Rios, José Moreira e Everaldo Martins. Isso tudo a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho. Além disso, em um erro na execução do crime, um disparo acabou atingindo outro homem que estava no bar.

Por fim, a investigação identificou que Rafael Antunes foi o responsável por ocultar a arma do crime, com participação indireta. Na denúncia consta que a motivação do crime foi por um desentendimento entre Marcel e Jamil Name Filho em uma boate de Campo Grande. Naquele dia, Marcel teria agredido Name com um soco no nariz.

Marcel foi assassinado em 2018, mas a rixa entre o ‘Playboy da Mansão’ e Name começou em 2016, quando os dois se desentenderam por causa de balde de gelo. Em 2021, Jamil Name Filho negou ser o mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.