Viúva diz que deputado morto pela polícia em operação não disparou nenhum tiro

Mulher garante que o marido estava dormindo enquanto ela rezava

Marcos Morandi – 20/08/2024 – 10:39

Dourados, Ponta Porã
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Foto: Reprodução Polícia Nacional/ABC Color)

A viúva do deputado colorado do Paraguai, Eulalio Gomes, Johana Rodrigues, garantiu que o marido não disparou contra os agentes que invadiram a sua casa na madrugada desta segunda-feira. A ação policial aconteceu durante investigações da Operação Pavo Real II.

“Não houve tempo”, disse a viúva aos jornais paraguaios. Ela garantiu que o parlamentar estava dormindo quando os policiais invadiram seu quarto. A autópsia revelou que o legislador foi baleado duas vezes.

“Estamos arrasados, não sei se há palavras para dizer sobre o que aconteceu”, disse ela. “Ele não merecia o que aconteceu com ele, não porque seja meu marido, mas porque é o que realmente era”, explicou.

Johana relatou ainda, durante a invasão da polícia estava rezando na “quarentena de São Miguel” e ouviu um barulho, depois outro mais alto, até que decidiu ir acordá-lo. Segundo sua versão, Gomes se levantou, pegou a arma e foi abrir a sala. Mas, a mulher pediu para ele fechar.

Em seguida, os policiais forçaram a porta e ele pediu à esposa que se escondesse. “Ouvi um barulho alto e foi quando abriram a porta e depois ouvi os tiros”, disse.

Ainda conforme a viúva, eles pediram para sair e ela não sabia se deveria confiar, mas ela o fez mesmo assim, apesar do risco. Fizeram-na ajoelhar-se e fizeram perguntas até que ela viu o marido no chão ensanguentado.

Investigações sobre a operação

Emiliano Rolón, procurador-geral do Estado, emitiu nesta terça-feira (20) um comunicado sobre a investigação da morte do deputado Eulalio Gomes. Ele destacou que os resultados dos exames realizados no Laboratório Forense “indicarão o rumo a seguir”.

O procurador não descarta a formação de uma nova equipe de investigadores para esclarecer a atuação da polícia paraguaia durante a operação.

 “A investigação iniciada ganhará força, com as medidas cabíveis, à medida que se tornem evidentes erros processuais, outros vícios ou conotações criminais”, revelou.

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