Willian Enrique Larrea, de 36 anos, acabou preso nesta terça-feira (27) pela morte de Wesner Moreira, de 17 anos, que morreu após ter uma mangueira introduzida no corpo em fevereiro de 2017, em um lava-jato, em . Ele havia sido condenado a 12 anos pelo crime, mas estava em liberdade.

Willian foi preso durante a noite, sendo levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol e depois encaminhado para o sistema carcerário. No dia 20 de fevereiro, a defesa de Willian havia afirmado que ele iria se apresentar, sem dar detalhes do dia que seria feita a apresentação.

Willian e Thiago Giovanno Demarco Sena, de 26 anos – segundo acusado pela morte de Wesner – foram condenados a 12 anos de prisão no julgamento realizado em 30 de março de 2023. As defesas recorreram da decisão e os dois respondiam em liberdade.

No dia 12 de dezembro, juízes da 2ª do Tribunal de Justiça negaram a apelação. Com mandado de prisão expedito na semana passada, Willian e Tiago são considerados foragidos pela Polícia Civil.

O advogado de defesa de Willian informou, na época, que a apresentação poderia acontecer a qualquer momento e que não deve passar de amanhã. “Vamos apenas acertar os detalhes da apresentação que deve ocorrer hoje, ou no máximo amanhã”, garante.

Morte de Wesner

O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço”.

“No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva. Segundo a peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no lava-jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, a dupla introduziu uma mangueira de ar no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.

Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, em tom de brincadeira.

Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.

Imediatamente, o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.