Simone planejava ‘fugir’ antes de ser assassinada pelo ex em Itaporã, diz irmã

Segundo a irmã, Simone teria sofrido calada, pois nunca falou sobre o relacionamento com os familiares

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(Redes Sociais)

Simone Alves de Siqueira, de 31 anos, planejava ‘fugir’, dias antes de ser assassinada pelo ex-marido, de 38, em uma granja às margens da MS-157, em Itaporã, a 225 quilômetros de Campo Grande. 

A irmã mais velha da vítima contou ao Jornal Midiamax que Simone estava planejando voltar para o Paraná. Ela acredita que a descoberta disso teria motivado o crime. “No velório dela, em contato com uma madrinha, disse que em três dias ia vir embora. Estava arrumando casa e tudo. Ele desconfiou da fuga e planejou a morte dela”, afirma a irmã.

Simone deixou duas filhas, de 18 e 12 anos, que atualmente estão com a família dela no Paraná.

Conforme relato da irmã, a história de Simone começa cedo, aos 12 anos, o ex-marido, que já era maior de idade, a buscou na escola e fugiu. “A gente fez buscas por ela e não sabíamos, dois dias depois ele apareceu com ela escondido na casa de familiares dele, como sempre né, depois eles se assumiram”, lembrou.

Aos 13 anos, Simone engravidou da primeira filha. Desde então, teria se afastado da família. “Ele sempre mantendo ela longe sem muito contato com a gente”, disse.

Segundo a irmã, a família tinha tão pouco contato com Simone que ela, por exemplo, só conheceu as sobrinhas no velório da vítima. Ela contou que a irmã morava em Mato Grosso do Sul havia cerca de 4 anos.

Como o ex a privava de tudo, a família, para que não fizesse o casal discutir, tentava não se intrometer na vida de Simone.

‘Sofreu calada’

Conforme a irmã, Simone era muito trabalhadora e não queria deixar o patrão na mão. 

O plano de ir embora só foi descoberto pela irmã através de uma madrinha, no dia do velório de Simone. “Ela tinha responsabilidade e não queria sair sem entregar o lote, por isso não veio antes”.

Descrita como mulher incrível, que amava muito as filhas, Simone nunca havia relatado qualquer tipo de agressão aos familiares.

“Nunca falou para gente que era agredida. Sofreu calada por todos esses anos até porque fez tudo isso para proteger as filhas, depois de tantas, ela resolveu pedir a separação e foi brutalmente assassinada”, lamentou a irmã.

Perseguição, ameaças, difamação

15 dias antes de ser morta com um tiro na cabeça, Simone relatou medo de que as atitudes do autor tomassem proporções maiores.

No dia 25 de outubro, ela procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra o ex-marido, onde relatou que após a separação, o autor passou a persegui-la. Conforme o relato de Simone, o fim do relacionamento ocorreu por ciúmes excessivo do ex-marido.

Ela ainda relatou que, durante os 15 dias em que estavam separados, o autor a perturbava constantemente.

No dia 24 de outubro, ela havia deixado as filhas no salão de beleza, saindo em seguida para ir ao banco. Neste meio tempo, o ex-marido mandou mensagens para uma das filhas questionando onde estava Simone, sendo que a menina disse que a mãe havia ido ao banco e já voltava. Irritado, o autor teria dito à filha que a ex-mulher teria ido se encontrar com um amante.

Simone pediu por medidas protetivas com medo das atitudes do ex-marido. 

O feminicídio

O pai de Simone a encontrou morta, na frente de uma das granjas onde ela trabalhava, em Itaporã.

Já o suspeito fugiu após o crime em um carro modelo Corsa Classic, de cor prata.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a proprietária da granja acionou a Polícia Civil por volta das 9h30. Então, relatou que o suspeito matou Simone e fugiu.

Logo, os policiais e a Perícia Técnica foram para o local. Lá as testemunhas contaram que o ex-marido, em posse de um revólver calibre 38, foi até a casa onde Simone estava trabalhando.

Assim, efetuou os disparos contra a cabeça da ex-mulher. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Atualmente, o suspeito trabalhava e morava na granja, bem como a ex-esposa, mas residiam em casas separadas. 

Após o crime, o ex-marido segue foragido e o caso é investigado como feminicídio e descumprimento de decisão judicial, que defere medidas protetivas de urgência previstas na lei pela Delegacia de Polícia Civil de Itaporã.

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