O PME (Presídio Militar Estadual), localizado complexo prisional do Jardim Noroeste em Campo Grande, passou por uma operação pente-fino nessa segunda-feira (24). A ação ocorreu como um desdobramento da prisão e morte em confronto entre o Batalhão de Choque com Policiais Militares envolvidos com o tráfico de drogas.

De acordo com informações apuradas pelo Jornal Midiamax, há uma suspeita de que um ex-policial, custodiado no Presídio Militar Estadual, seja um dos integrantes do grupo.

Em nota, a PMMS informou que quaisquer irregularidades serão apuradas pela instituição. Confira na íntegra:

“O Presídio Militar Estadual é uma unidade militar como outras da PMMS, a hierarquia e disciplina são pilares na manutenção da ordem no local. Fiscalizações na parte interna são constantes, a fim de assegurar a boa convivência entre os internos, sendo que qualquer irregularidade encontrada são apuradas formalmente”.

‘Uma quadrilha muito organizada’

O comandante do Batalhão de Choque, Rigoberto Rocha, destacou o nível de organização de quadrilha em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (24). O comentário disse a respeito ao caso em que dois policiais militares estavam envolvidos em roubo de uma carga de maconha, na última sexta-feira (21). O policial Almir Figueiredo morreu em confronto com colegas de farda.

Conforme o comandante, a organização da quadrilha era tamanha que conseguiram cooptar policiais para fazer parte do grupo. Ainda de acordo com Rocha, a droga estava muito bem embalada para que não estragasse. A maconha estava em embalagens com a escrita ‘oferta’. 

Rocha ainda disse que a ação foi em conformidade e que não havia a informação de que os envolvidos na quadrilha eram policiais. Um sargento da PM acabou preso e teve o pedido de liberdade negado em audiência de custódia neste fim de semana.

O comandante-geral da PMMS, coronel Renato Anjos Garnes, disse que o que aconteceu é para ‘servir de exemplo’ e que a equipe do Choque agiu de forma planejada e a ação estava em conformidade. Não havia a informação de que dois policiais estavam envolvidos na quadrilha.

(Ana Laura Menegat, Midiamax)

Roubo de maconha e confronto

De acordo com informações, os policiais do Choque receberam a denúncia de que uma carga de drogas estaria vindo para Campo Grande através da BR-262. Nisto, os militares fizeram vigilância na estrada para identificar os autores. A informação era que, assim que a carga de drogas entrasse na cidade, seria roubada por uma quadrilha rival. Assim, conforme apurado, a quadrilha sequestrou o motorista do caminhão.

Durante as diligências, os policiais observaram a aproximação de um caminhão Mercedes-benz 1113 azul, sendo seguido de perto por um Toyota Corolla, de cor prata. Os ocupantes do Corolla sinalizaram para que o motorista do caminhão estacionasse. Em seguida, com o caminhão estacionado na Rua Barra dos Bugres, o motorista foi levado a bordo de um veículo sedan, de cor branca. 

O caminhão deixou o local escoltado pelo Corolla. Assim, a quadrilha se deslocou para uma chácara na Rua Claudio Augusto, na Vila Romana, e em seguida os integrantes iniciaram um suposto conserto na estrutura do caminhão – cortando uma chapa metálica.

Neste momento, os integrantes da quadrilha notaram a presença da polícia e os suspeitos –cinco ao todo – fugiram em direção a um imóvel. Dois fugitivos acabaram interceptados pelo cerco policial e, em seguida, ocorreu a troca de tiros. No local, morreram o policial militar Almir Figueiredo Barros Júnior e Jorcinei Junior Sabala Gil da Silva.  

Outros integrantes fugiram, entre eles, o sargento da PM que acabou preso na rodovia. O outro comparsa conseguiu fugir. No caminhão estavam escondidos 117 tabletes de maconha, sendo 58 tabletes no compartimento do caminhão e outros 59 tabletes localizados no interior do pneu do estepe.