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Polícia

Polícia monitorou ‘rastro’ do dinheiro de vítimas para identificar mãe e filha que doparam homens em festa

Mãe e filha que abordavam e seduziam seguem foragidas, mas homens envolvidos na lavagem de dinheiro foram presos
Mirian Machado, Victória Bissaco -
(Reprodução, PC)

A polícia procura por mãe e filha, identificadas como Eliane Ajala, 50 anos, e Edilene Cristine Ajala, 26 anos, acusadas de integrarem uma quadrilha responsável por dopar homens em saída de festa em abril, em Campo Grande. Na ação, elas roubavam as vítimas e faziam várias transações. Foram pelo menos três vítimas que procuraram a delegacia. 

Dois homens que integravam a quadrilha foram presos na quinta-feira (11). Um deles é namorado de Eliane e o outro é dono de um comércio, cujo CNPJ foi encontrado nas transações feitas pelas autoras.

Segundo a polícia, cada um tinha uma função. Eliane abordava as vítimas, Edilene seduzia e os dois homens lavavam dinheiro. As investigações da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) também revelaram que a filha é técnica de enfermagem e isso facilitaria o acesso a sedativos para as vítimas.

Uma das vítimas teve prejuízo de cerca de R$ 25 mil. O homem contou à polícia que bebia com a jovem e quando acordou já estava em casa, na cama e só então percebeu que a casa havia sido roubada. Ao olhar os extratos bancários, percebeu a transação de cerca de R$ 20 mil, além de vários itens da casa, como ar condicionado, televisores e roupas, até roupa íntima. O carro não foi levado, mas chegou a ser retirado da garagem.

A polícia continua a investigação a fim de descobrir se há participação de outras mulheres nas abordagens. A suspeita ainda de que haja outras vítimas, mas que por algum motivo ainda não registraram ocorrência.

Os dois homens já foram presos no início do ano por roubo majorado em . Já mãe e filha possuem passagens na polícia por roubo e crimes contra o patrimônio. A mulher de 50 anos, inclusive, está em liberdade condicional por roubo.

Modus Operandi

Segundo explicou em entrevista coletiva o delegado Jackson Vale, da Derf (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos), Eliane era a líder da quadrilha. 

Ela era quem abordava as vítimas e tentava as convencer de conhecer sua filha. Os homens, de meia-idade, alguns casados, ficaram lisonjeados e aceitaram. 

Eles ingeriam bebida alcoólica com a jovem e logo ‘apagavam’, acordando já em casa, depois de serem roubados. Os homens também eram responsáveis por dar apoio logístico às mulheres. Eles pegavam elas na casa das vítimas com objetos furtados.

Caminho do dinheiro à identificação

A polícia rastreou o caminho que o dinheiro das vítimas fizeram e assim conseguiram identificar os criminosos.

Da vítima que perdeu mais de R$ 20 mil, por exemplo, foi visualizado que a maioria das transações era feita para uma conta jurídica. “Eles não contavam que nós fossemos chegar aos dados cadastrais dessa empresa. Ela [empresa] é do estado de Goiás e foi registrado uma conta corrente de la”, explicou o delegado.

Com essa transferência, a polícia conseguiu localizar e prender o homem cuja empresa está no nome, na quinta-feira. Ele recebia o dinheiro do PIX feito da conta das vítimas e fracionava os valores repassando para Eliane. 

Já o namorado da líder da quadrilha também está envolvido em transações feitas para a namorada. Ele inclusive já havia sido preso na época que o crime foi descoberto, mas por receptação, após ser encontrado com uma motocicleta furtada. Ele foi preso após usar o cartão da vítima para pagar o conserto da moto em oficina no Campo Alto. Mas depois foi liberado ao pagar fiança.

Delegado Jackson Vale – (Foto: Alicce Rodrigues)

Ainda seguindo os rastros dos valores furtados, a polícia encontrou um PIX feito em uma loja de roupas. Os investigadores foram até a loja, onde conseguiram imagens de câmeras de segurança, que mostram mãe e filha com o celular da vítima.

As imagens foram apresentadas às três vítimas que reconheceram veemente Eliane como a mulher que as abordou e Edilene como a jovem que eles saíram.

Além da vítima que perdeu R$ 25 mil, as outras duas tiveram prejuízos de até R$ 5 mil, cada.

“A operação é típica de lavagem de dinheiro. Todos responderão por associação criminosa, lavagem de dinheiro e roubo majorado por três vezes”, afirma Vale.

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