Polícia Civil acompanha rompimento de barragem no Nasa Park e investiga possível crime ambiental

Caso será registrado na delegacia de Jaraguari e depois encaminhado para a especializada, Decat

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(Alicce Rodrigues, Midiamax)

A Polícia Civil vai investigar o caso do rompimento da barragem no condomínio de luxo Nasa Park, em Jaraguari, a cerca de 30 quilômetros de Campo Grande. O acidente ocorreu na manhã desta terça-feira (20).

Conforme a delegada titular da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), Gabriela Stainle, policiais foram até o local logo após o acidente. Lá, encontraram com equipes da delegacia de Jaraguari, que acionaram a Perícia.

Ainda segundo a delegada, equipes policiais de Jaraguari farão o registro do boletim de ocorrência, assim como a perícia. Depois as informações serão encaminhadas para a delegacia especializada, que será responsável pelo procedimento.

O delegado titular da delegacia de Jaraguari, Danilo Mansur, informou ao Jornal Midiamax, que está analisando a situação. “O caso será, a princípio, registrado com a tipificação do artigo 54, paragrafo 3º da lei de crimes ambientais, que fala sobre quem deixa de adotar medidas de precaução”, explicou. 

Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível”, parágrafo 3º do art. 54 da Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/1998.

Ele afirmou que esteve no local pela manhã e agora à tarde acompanhará o trabalho da Perícia.

“Por enquanto, Graças a Deus, não tem vítima, não há informações sobre mortos ou feridos, apenas alguns animais, como cachorro e vaca, mas ainda estamos levantando essas informações”, disse.

Entenda onde fica o loteamento de luxo (Foto: Midiamax)

Não afetou distribuição de água na Capital

O rompimento não afetará os serviços de distribuição de água na Capital. A informação foi confirmada pela Águas Guariroba no início da tarde desta terça-feira (20).

Segundo a concessionária responsável pelo abastecimento de água em Campo Grande, a água que abastece a cidade é proveniente dos córregos Guariroba e Lageado, além de poços subterrâneos profundos e passa por rigorosos testes de controle de qualidade antes de chegar até as unidades consumidoras. Confira nota na íntegra:

A Águas Guariroba informa e tranquiliza a população de que o rompimento de uma barragem no condomínio Nasa Park, ocorrido nesta manhã (20), não gera nenhum risco ao abastecimento de Campo Grande ou de contaminação da água, visto que a água que abastece a cidade é proveniente dos córregos Guariroba e Lageado, além de poços subterrâneos profundos, e passa por rigorosos testes de controle de qualidade antes de chegar até as torneiras. Já com relação a contaminação de córregos ou rios em geral, orientamos que sejam consultados os órgãos ambientais responsáveis“.

Rompimento de barragem

O rompimento de água ocorreu na manhã desta terça-feira (20). Trecho da BR-163, entre os km 500 e 501, completamente tomado por água e lama. O local ficou totalmente interditado nos dois sentidos, até o fim da manhã. A represa secou após o rompimento.

(Foto: Alicce Rodrigues/Midiamax)

Com o rompimento a água escoou e destruiu casas próximas. Até o momento não se sabe a quantidade de residências atingidas e não há informações sobre vítimas.

Equipes das Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e CCR MSVia foram acionados e estão no local. Ainda não há informações se o rompimento traz algum risco de contaminação de córregos.

Uso do lago era cobrado

Conforme relatos, o lago pertence a um empresário que não mora no condomínio de luxo e impôs taxa para uso da represa. O uso era permitido após o pagamento de um boleto mensal de R$ 400, no qual o jet ski do proprietário já era vinculado e, assim, garantia o livre acesso ao local.

Ainda de acordo com relatos, o local pertence ao município de Jaraguari e os moradores pagam somente IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

O Jornal Midiamax tentou contato com a empresa que administrava o lago, agora seco, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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