Perícia aponta que deputado paraguaio morto em troca de tiros não disparou contra policiais

Eulálio Gomes, o ‘Lalo’, morreu na madrugada do dia 19 de agosto

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Parlamentar paraguaio também era pecuarista (Foto: reprodução, ABC Color)

Um exame de balística apontou que o deputado colorado Eulálio Gomes, o ‘Lalo’, morto em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, a 315 quilômetros de Campo Grande, não disparou contra os policiais durante o suposto confronto em agosto deste ano. 

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O deputado morreu na madrugada do dia 19 de agosto deste ano e as informações iniciais eram de que ele teria reagido a uma abordagem da polícia. Ele era suspeito de ter envolvimento com o narcotráfico na fronteira e um dos alvos de investigação da Operação Pavo Real II.

No último dia 19 de outubro, familiares do político contestaram o laudo apresentado pelas autoridades paraguaias. Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax. Nesta quinta-feira (7), o exame da perícia balística do Ministério Público apontou que ‘Lalo’ não tinha vestígios de arma de fogo. 

O resultado do exame é semelhante à perícia encomendada pela família do deputado paraguaio, apresentado há duas semanas. O advogado que representa os familiares de ‘Lalo’, Hugo Garay, explicou que em apenas uma amostra aparecem resíduos de chumbo e bário, correspondentes ao disparo que atingiu o deputado. 

“Mas não foram encontrados vestígios de nitrato. Foram coletadas diversas amostras para analisar a presença de resíduos de possíveis disparos de arma de fogo. Todos deram negativo e vão servir como sustentação da tese da defesa de que o deputado não reagiu”, explicou Hugo.

Contestação da família

A viúva do deputado colorado do Paraguai, Eulálio Gomes, Johana Rodrigues, garantiu que o marido não disparou contra os agentes que invadiram a sua casa na madrugada desta segunda-feira. A ação policial aconteceu durante investigações da Operação Pavo Real II.

“Não houve tempo”, disse a viúva aos jornais paraguaios. Ela garantiu que o parlamentar estava dormindo quando os policiais invadiram seu quarto. A autópsia revelou que o legislador foi baleado duas vezes.

“Estamos arrasados, não sei se há palavras para dizer sobre o que aconteceu”, disse ela. “Ele não merecia o que aconteceu com ele, não porque seja meu marido, mas porque é o que realmente era”, explicou.

Johana relatou ainda, durante a invasão da polícia estava rezando na “quarentena de São Miguel” e ouviu um barulho, depois outro mais alto, até que decidiu ir acordá-lo. Segundo sua versão, Gomes se levantou, pegou a arma e foi abrir a sala. Mas, a mulher pediu para ele fechar.

Investigações

‘Lalo’, como era conhecido, teria reagido durante cumprimento de mandados de buscas por agentes do Serviço Único de Inteligência e Ministério Público.

Eulálio também era pecuarista. Contra ele existiam diversas denúncias de ligação com o narcotráfico e com o crime organizado na fronteira com o Mato Grosso do Sul, segundo a polícia paraguaia.

Ainda segundo informações das autoridades, o parlamentar tinha trânsito livre entre os chefões do tráfico na região, entre eles Jarvis Pavão e também com os brasileiros Motinha e os irmãos investigados pela Polícia Federal em Dourados.

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