O pedreiro de 51 anos que teve a motocicleta atingida por 12 tiros, disparados por um CAC, de 41 anos durante discussão por obra segunda-feira (15), no bairro Jardim Bonança, em Campo Grande, disse que serviço atrasou devido a pedidos de trabalhos adicionais feitos pelo autor.

Em depoimento na delegacia, ele contou que é pedreiro profissional há 35 anos. Ele foi contratado em outubro de 2023 para fazer reforma, ampliação e alguns serviços hidráulicos, além de pintura na casa. 

Segundo relato do pedreiro, na segunda-feira aconteceu uma discussão com o CAC por causa do andamento da reforma. O pedreiro alega ter atrasado a entrega porque, a todo momento, o autor dos disparos pedia outros reparos no local.

Eles passaram a discutir e, ao perceber que a discussão não teria fim, já que viu que o CAC estava cada vez mais agressivo, quis ir embora. O autor o teria xingado e ido em direção a ele para chutá-lo, mas acabou acertando uma escada.

Com isso, o pedreiro pegou o capacete para ir embora. Neste momento, o morador o teria ameaçado, dizendo: “Eu vou meter bala. Você não vai sair daqui não. Vou meter bala na sua cara”.

Portanto, o autor entrou na casa e pegou uma arma, disparando 12 vezes contra a moto, no tanque de combustível. Com medo, o pedreiro correu até a esquina, onde ligou para a polícia. Ele ainda alega estar assustado e diz que todos os materiais de serviço estão na casa do CAC. 

Versão do CAC

Por outro lado, o CAC alega ter sido ameaçado pelo pedreiro. Ele foi preso por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Na delegacia, contou que fez um contrato verbal com o pedreiro em 2023 para que ele fizesse a ampliação da casa.

O combinado era que fosse entregue em três meses, mas o pedreiro estaria postergando a entrega, não indo trabalhar diversas vezes. O acordo era de R$21 mil, mas já foram pagos R$24 mil.

No dia do crime, o pedreiro pediu mais R$1 mil para fazer a parte elétrica e teria sido questionado pelo CAC, que se negou a pagar, iniciando a discussão.

O pedreiro teria se irritado e então o CAC pediu para que ele fosse embora, mas o pedreiro se negou a ir. Depois, foi em sua direção com uma marreta e enxada na mão, segundo o CAC, para agredi-lo.

Com medo, ele teria se trancado no quarto, quando ouviu o pedreiro dizendo que voltaria. Ele então se apossou da arma de fogo que possuía, por ser CAC, e foi até a calçada onde novamente discutiram e atirou na moto.

Ele alega não ter ameaçado o pedreiro e disse que a intenção nem era acertá-lo, e sim intimidá-lo. Foi apresentado ainda o registro de CAC e o registro da arma.