Padrasto suspeito em caso de criança com traumatismo craniano chega à delegacia em Campo Grande

Homem é suspeito em caso tratado pela polícia como tentativa de homicídio contra a criança, internada em estado gravíssimo

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Padrasto suspeito de agredir criança chega à DEPCA (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O padrasto da criança, de 2 anos, internada com traumatismo craniano após um suposto acidente, preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) chegou à DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) na tarde desta terça-feira (30). Ele é apontado como suspeito na investigação de tentativa de homicídio contra o enteado.

Ele foi preso pela PRF enquanto caminhava pela BR-267, em Terenos, no final da manhã desta terça. Já nesta tarde, ele chegou em uma viatura descaracterizada da PRF, escoltado e sozinho, sem a presença de advogado.

Durante o trajeto até a delegacia da Capital, o rapaz foi questionado pelos policiais sobre o crime, mas permaneceu em silêncio. Ele está sendo ouvido pela delegada Nelly Macedo, que investiga o caso, na DEPCA. 

Prisão

De acordo com a PRF, a equipe realizava fiscalização na rodovia, quando avistou o rapaz caminhando pelo asfalto. Durante abordagem, ele apresentou nervosismo e estava sem os documentos. 

Então os policiais lhe pediram os documentos e ele tentou passar dados falsos para a equipe por diversas vezes, não sendo possível identificá-lo naquele momento. Com isso, o homem foi levado para a delegacia de Polícia Civil da cidade, onde foi identificado como suspeito de agredir a criança.

Agressão de padrasto

O depoimento da avó, o qual o Jornal Midiamax teve acesso, cita ainda possíveis agressões que o menino e a mãe teriam sofrido por parte do atual padrasto.

À polícia, a avó contou que ficou sabendo pela filha que o neto teria caído, mas não soube como e nem onde os fatos teriam ocorrido. Ela diz que recebeu uma ligação do hospital na terça-feira passada – dia 23 –, sendo informada que teria ocorrido um acidente com o neto e que ela precisaria ir até lá buscar a irmã do menino.

No entanto, a avó não tinha condições de ir à Santa Casa e pediu ajuda a um conhecido para buscar a criança.

O pai das crianças – ex-detento que deixou o presídio recentemente – disse à avó do menino que já havia buscado a outra filha, de 4 anos, após saber do suposto acidente e dito que o menino teria morrido, por isso tinha o direito de levar a filha, conforme relato da avó.

Ao chegar no hospital, ela descobriu que ninguém havia ido visitar a criança e soube que era mentira que o neto teria morrido. O médico teria dito a ela que o menino chegou muito machucado e com a ‘cabeça rachada’. 

Questionada pela equipe policial se a filha seria capaz de fazer algum mal para o menino, ela teria dito que acredita que tenha sido o namorado da menina, pois já teria ficado sabendo que a mãe e as crianças teriam sido agredidas pelo rapaz.

A avó ainda disse em depoimento que a filha estava com o olho roxo, pois teria se envolvido em briga com ex-colegas da escola. Mesma versão também relatada pela filha à polícia ao ser questionada sobre o machucado no olho.

Hospital denunciou suposto acidente

Conforme o boletim de ocorrência, a criança deu entrada na Santa Casa na tarde de terça-feira (23) e ficou no CTI (Centro de Terapia Intensiva) em estado gravíssimo. A criança foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). 

Os médicos disseram à polícia que o menino apresentava lesões incompatíveis com o relato da mãe, de que a criança teria caído de um degrau.

O Conselho Tutelar também foi acionado.

Jornal Midiamax acionou o Conselho Tutelar da região para mais detalhes sobre o histórico da família, se as crianças eram acompanhadas e se há histórico de agressão, mas não houve retorno até a publicação deste texto.

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